MS estimula cuidado inclusivo para população trans e travesti como prevenção ao HIV
O Ministério da Saúde realizou, nesta quarta-feira (05), um webinar para disseminar a utilização do Guia para oferta de prevenção Combinada ao HIV, com foco em PrEP e PEP, para pessoas trans, travestis e não binárias (Guia Pop Trans) e estimular a aplicação prática das diretrizes do guia, para fortalecer a equidade no Sistema Único de Saúde (SUS) e garantir um cuidado mais inclusivo, humano e eficaz para essas populações. O evento faz parte de ações alusivas ao dia de Visibilidade Trans, comemorado em 29 de janeiro.
Organizado pelo Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), o evento reuniu mulheres trans e cis referências na pauta da diversidade, do próprio MS, da Fiocruz e de gestões locais e movimentos sociais.
A boas-vindas ao evento foram feitas pela assessora de Políticas de Inclusão, Diversidade e Equidade em Saúde da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Alícia Kruger. Na sequência, o diretor do Dathi, Draurio Barreira, reforçou a importância da visibilidade trans: “Apesar da participação da população trans nos diversos espaços do governo federal, é importante admitir que a invisibilidade ainda é grande. E essa vulnerabilidade se soma a outras vulnerabilidades, como raça, cor, renda, escolaridade, estigma e preconceito. Por isso, esse webinar e esse guia tentam começar a resgatar esse espaço, com nosso compromisso de que a população trans não seja objeto, mas sujeito desse movimento de visibilização.
Em seguida, a consultora técnica da Coordenação-Geral de Vigilância do HIV e Aids do Dathi, Aline Pilon, apresentou o Guia e discutiu conceitos relativos ao tema. Ela também foi responsável pela moderação do webinar.
Na sequência, a coordenadora de saúde LGBTQIAPN+ do município de Niterói, Thenessi Freitas, deu detalhes sobre a implementação da PrEP e PEP no Ambulatório Trans João W. Nery. Fundado em 2018, o espaço conta com uma equipe multiprofissional, realiza atendimento especializado e, desde 2023, oferta PrEP e PEP para a população trans e travesti.
Por sua vez, a integrante da Associação Cultural de Travestis e Transexuais de Alagoas (ACTRANS), Natasha Wonderfull, destacou a importância de trabalhar a educação em saúde entre pares, para aumentar o sucesso das estratégias de prevenção à ISTs oferecidas pelo SUS.
Representando o Laboratório de Pesquisa Clínica em DST e Aids do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (LAPCLI-AIDS/INI/Fiocruz), Debora Castanheira, relatou os impactos transformadores do projeto desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e com a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), para promoção do acesso à prevenção combinada ao HIV em serviços de saúde para travestis, pessoas trans e não binárias no Brasil. Em sua fala, Debora destacou que a chave para o sucesso do projeto foi a coordenação entre as esferas, incluindo alinhamento de políticas a nível federal, estadual e municipal, o compartilhamento de recursos e o monitoramento integrado, para avaliar o progresso e identificar áreas de melhoria.
Ministério da Saúde