Inaugurada em 7 de setembro de 1950, a Maternidade Bárbara Heliodora é uma unidade de referência para o atendimento de urgências e emergências ginecológicas e obstétricas em Rio Branco. Sua estrutura inclui enfermarias para gestantes de alto risco, Centro Cirúrgico, Centro de Parto e Complexo Neonatal. Gerenciada pelo governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), a unidade também oferece acolhimento e respeito às escolhas das mulheres, com um atendimento humanizado.
Parto humanizado: escolhas e conforto
A Maternidade Bárbara Heliodora adota o parto humanizado como uma diretriz alinhada às recomendações do Ministério da Saúde. Para a gerente de Enfermagem da unidade, Carina Hechenberger, o foco é garantir à gestante uma experiência positiva e respeitosa, desde o momento da consulta no pré-natal até o pós-parto. “A mulher tem o direito de escolher quem será seu acompanhante durante todo o período na unidade, seja o marido, um amigo, ou qualquer pessoa de sua confiança”, explica.
No Centro de Parto, as mulheres têm à disposição diferentes opções de posições para o parto, incluindo o uso de banheira e chuveiro quente para auxiliar no relaxamento. “Ela pode escolher a posição que achar mais confortável, seja de cócoras, deitada de lado ou em qualquer outra posição”, afirma. Esse cuidado com o conforto e a liberdade de escolha são características do atendimento humanizado.
A humanização do atendimento é percebida nas histórias de quem passou pela maternidade. Nerivane de Almeida teve seu primeiro filho, Kaleb, na maternidade e compartilha sua experiência: “Fui acolhida muito bem por todos. Não tenho nada a reclamar. Foi tudo ótimo”, afirma.
Brenda Silva, gestante da primeira filha, Maria Alice, também relata sua experiência na maternidade: “O atendimento foi ótimo. Fiquei muito feliz com todo o cuidado que recebi”.
A mãe de Brenda, Maria Erenilde, ficou emocionada com o momento de ver sua neta nascer: “Foi maravilhoso estar acompanhando minha filha nesse momento. Ver minha neta nascer foi uma felicidade imensa”.
A maternidade também trabalha com alojamento conjunto, que é uma prática em que mãe e bebê permanecem juntos o tempo inteiro após o nascimento. “Seja parto normal ou cesárea, o bebê é imediatamente colocado em contato pele a pele com a mãe. Caso precise fazer algum exame, a mãe acompanha o bebê o tempo todo”, informa Carina. O processo favorece a amamentação e fortalece o vínculo mãe-filho.
O Complexo Neonatal e o Banco de Leite
Quando uma gestante enfrenta complicações, a maternidade oferece o Complexo Neonatal, que acolhe os pequenos até que possam ir para casa. Além disso, a Casa de Bárbara, um órgão de apoio, oferece suporte para gestantes de municípios distantes, que precisam permanecer próximas à maternidade, especialmente quando o bebê está internado.
Outro serviço oferecido é o Banco de Leite, referência no estado, que oferece leite materno para bebês que, por alguma razão, não podem ser amamentados pelas próprias mães. A equipe do banco orienta as mães sobre como realizar a coleta, armazenamento e doação do leite, garantindo que bebês em estado de vulnerabilidade tenham acesso ao alimento.
Profissionais da saúde e a humanização por meio do trabalho
Wevellye Silva, de 22 anos e residente no Bujari, narra sua experiência na Casa de Bárbara: “Eles ajudam a garantir que o bebê se alimente e se nutra”. E também falou sobre a importância de doação de leite para quem não consegue amamentar. “É sempre bom, né? Existem mães que não conseguem fazer a ordenha, então a doação é importante para as crianças”, explica.
A unidade é composta por uma equipe pronta para atender a necessidade de cada paciente. O enfermeiro obstétrico Natan Ossami explica que o reconhecimento por parte das pacientes é o que mais gratifica o seu trabalho. “O acolhimento delas é o maior retorno que podemos ter”, diz.
A residente de enfermagem obstétrica Aline Lima ressalta o compromisso com a atenção à mulher, assegurando que os direitos delas sejam garantidos em todos os momentos. “Nós, da enfermagem, estamos ali de frente, protegendo e cuidando delas”, diz.
Enfermeira verifica peso de recém-nascido. Foto: Felipe Freire/SecomO serviço de psicologia também é oferecido pela maternidade, principalmente nos casos de gestantes em situações de vulnerabilidade, como vítimas de violência sexual ou mulheres que enfrentam perdas gestacionais. A psicóloga Silene Lima destaca a importância do trabalho psicológico, especialmente para mulheres que estão vivenciando dificuldades emocionais durante e após o parto. “Nosso papel é garantir que as gestantes se sintam acolhidas e amparadas”, explica.
Com um pronto atendimento de 24 horas, a maternidade está sempre disponível para atender urgências e emergências. Se uma gestante precisar de atendimento imediato, pode procurar a unidade, sem necessidade de encaminhamento. Caso a situação exija, um classificador de risco é utilizado para garantir que os casos mais graves recebam atendimento prioritário.
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