Vivemos em uma era de excesso de informações, onde a velocidade das notícias supera nossa capacidade de absorção. No entanto, paradoxalmente, muitas pessoas escolhem se alienar dos acontecimentos políticos, econômicos, da saúde e da justiça. Essa postura de indiferença pode ter consequências graves, pois um cidadão desinformado é um cidadão vulnerável. O desconhecimento dos fatos não nos protege; ao contrário, nos expõe ao perigo das decisões tomadas sem nosso conhecimento ou consentimento.
É comum ouvirmos a afirmação de que “política não me interessa”, como se fosse um tema opcional, distante da realidade cotidiana. Entretanto, a política está em cada aspecto da nossa vida: no preço dos alimentos, na qualidade dos serviços públicos, na segurança das ruas e até na gestão da saúde. Fechar os olhos para o cenário político significa entregar o destino do país – e consequentemente o seu próprio – a interesses que podem não representar a coletividade. A omissão abre espaço para que decisões sejam tomadas sem resistência, favorecendo grupos específicos e prejudicando a população em geral.
O mesmo vale para a economia. Muitos acreditam que assuntos como inflação, taxa de juros ou mercado de trabalho dizem respeito apenas a especialistas. No entanto, essas variáveis impactam diretamente o dia a dia de todos. O aumento dos preços reduz o poder de compra, o desemprego atinge famílias inteiras e a má gestão dos recursos públicos pode comprometer serviços essenciais. Quem não acompanha o que acontece no cenário econômico fica à mercê das consequências sem sequer entender o porquê de sua realidade estar piorando.
Na área da saúde, a desinformação pode ser ainda mais perigosa. Decisões políticas e econômicas refletem diretamente na qualidade do sistema de saúde pública e privada. A alocação de recursos, a criação de políticas de prevenção e até mesmo o combate a epidemias dependem do engajamento da população e da vigilância sobre os governantes. A recente pandemia de COVID-19 evidenciou a importância da ciência e da informação correta para a preservação de vidas. A negligência em relação a esse tema pode custar caro, tanto individualmente quanto coletivamente.
No campo da justiça, ignorar os acontecimentos é abrir espaço para injustiças e arbitrariedades. Casos de corrupção, decisões judiciais controversas e mudanças na legislação afetam diretamente os direitos dos cidadãos. Se a sociedade não cobra transparência e responsabilidade, os interesses de poucos prevalecerão sobre os de muitos. Além disso, o sistema jurídico precisa ser fiscalizado para garantir que ele realmente cumpra seu papel de proteger os direitos da população e punir os que lesam a sociedade.
Além desses aspectos fundamentais, há ainda outras áreas essenciais que merecem atenção. Educação, meio ambiente, tecnologia e segurança são temas que também exigem um olhar crítico e participação ativa da sociedade. Cada decisão tomada sem o devido acompanhamento e fiscalização pode representar um retrocesso em questões essenciais para o desenvolvimento do país e para a qualidade de vida da população.
Portanto, manter-se informado não é apenas um direito, mas uma necessidade. A indiferença pode sair cara e a ignorância, longe de ser uma bênção, é uma armadilha. Cabe a cada um de nós romper a bolha da desinformação e buscar entender os acontecimentos que moldam nossa realidade. A informação é poder, e um cidadão bem informado tem mais ferramentas para cobrar, questionar e agir em prol de um futuro melhor. Afinal, o que está em jogo não é apenas o presente, mas o destino de toda uma nação.
