SALVADOR, Bahia – Engana-se quem acredita que a Festa de Iemanjá, em Salvador (BA), a cidade com a maior população negra fora do continente africano, se limite ao dia 2 de fevereiro. Sob o sol radiante de um domingo de verão, uma semana antes do grande festejo, aconteceu a 37ª Homenagem a Iemanjá, organizada pela Colônia de Pesca Z1 – Núcleo da Mariquita, no bairro do Rio Vermelho, longe das multidões que costumam lotar as areias em frente ao Largo de Santana. Assim como na celebração principal, balaios ornamentados somente com flores foram ofertados à Rainha do Mar, em um gesto de gratidão e renovação dos pedidos por um ano de fartura para as famílias que dependem das águas salgadas, nem sempre tão límpidas, da capital baiana. Conforme o entardecer alaranjado se desenhava no céu, o som dos atabaques, cânticos e danças do xirê — ritual sagrado do candomblé que evoca os orixás —, feito pelo terreiro Axé Jbaiyê, guiou os pescadores ao cortejo marítimo. Com vozes em uníssono, entoando a saudação “Odoyá, Iemanjá!”, os quatro balaios foram entregues à divindade, e o mar respondeu com sua aceitação: quando as cestas floridas afundam, é sinal positivo. Estava selada a conexão sagrada entre o mar e os pescadores, protagonistas da celebração popular reconhecida como patrimônio cultural de Salvador desde 2020. Praia de Santana, no bairro do Rio Vermelho, durante a Festa de Iemanjá de 2024. Foto: Manu Dias/GOVBA Mas nem tudo são flores brancas e fragrância de alfazema nos ares do…This article was originally published on Mongabay
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Festa de Iemanjá quer se tornar sustentável e reduzir a poluição das oferendas no mar
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