O Brasil iniciou o tratamento de adultos vivendo com aids com o antirretroviral fostemsavir tromentamol 600mg, incorporado recentemente ao Sistema Único de Saúde (SUS). O medicamento é indicado para pessoas com multirresistência aos antirretrovirais (ARV) já disponíveis no país e a primeira dispensação do medicamento ocorreu esta semana no estado de Alagoas.
Para o diretor do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS), Draurio Barreira, a disponibilização do medicamento representa uma importante conquista, pois atende pessoas vivendo com aids que têm alto risco de progressão da infecção e até a morte.
“O SUS [Sistema Único de Saúde] é referência internacional justamente por permitir os cuidados para a saúde integral da população. Esse medicamento é o primeiro fármaco aprovado de uma nova classe de antirretrovirais no mundo, chamada de inibidores de ligação. Nos estudos clínicos, ele demonstrou eficácia na supressão viral, além de ter perfil de segurança favorável e eventos adversos leves. Ou seja, o Brasil, mais uma vez, com uma das melhores tecnologias de tratamento”, conta o gestor com de orgulho.
O médico infectologista e consultor técnico do Dathi/MS, Ronaldo Hallal, explica que por representar uma das poucas opções terapêuticas destinada a um público específico e com critérios exclusivos, a avaliação e a liberação para o uso do medicamento são realizadas de forma centralizada pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação-Geral de Vigilância de HIV e Aids (CGHA/Dathi/SVSA/MS). Para tanto, a Coordenação conta com a parceria de um grupo de especialistas para o manejo da terapia antirretroviral no Brasil. Os detalhes sobre indicações e formas de solicitação do medicamento podem ser acessados em Nota Técnica divulgada pelo Departamento.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressalta que mesmo com um custo elevado – aproximadamente R$12 mil por pessoa/mês – o tratamento foi incorporado para proporcionar maior qualidade e expectativa de vida para pessoas vivendo com HIV ou aids maiores de 18 anos que desenvolveram resistência aos outros antirretrovirais existentes no SUS. “A saúde é um direito universal e todas as pessoas importam”, afirma.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Ethel Maciel, reafirma o compromisso da gestão no cuidado às pessoas. “A resposta da Vigilância em Saúde e Ambiente vai muito além que a contabilização e o monitoramento de casos de HIV e aids. Temos as melhores tecnologias para prevenção, diagnóstico e tratamento e, investir no cuidado às pessoas vivendo com HIV ou aids é garantir um direito básico”.
Swelen Botaro e Ádria Albarado
Ministério da Saúde