Na casa de Ricardo Cardim, a mata subiu no telhado. No bom sentido: sobre sua cabeça e as de sua família agora prosperam dois microecossistemas: uma amostra de como eram os campos nativos da cidade de São Paulo (os chamados Campos de Piratininga) e uma “floresta-bonsai”: um exemplar de Mata Atlântica em formato reduzido, mas com alta diversidade. “Isso aqui é um laboratório”, ele diz, referindo-se aos experimentos paisagísticos com espécies nativas que vem fazendo há décadas. Não só isso como todo o paisagismo de sua casa no bairro de Alto de Pinheiros é um grande laboratório doméstico da flora da Mata Atlântica, localizado a duas quadras de onde corre, moribundo, um Rio Pinheiros fétido, retilíneo e desprovido das florestas que um dia cresceram em suas margens. A Mata Atlântica vem sendo uma obsessão do botânico e paisagista Ricardo Cardim desde, quando adolescente, fotografava as grandes árvores do bioma que encontrava pelo caminho. Mal sabia que, anos mais tarde, essa busca se tornaria um livro: Remanescentes da Mata Atlântica: As grandes árvores da floresta original e seus vestígios, esgotado em sua primeira edição e relançado agora em versão ampliada, com 200 novas imagens. É, como ele diz, uma “história visual da Mata Atlântica”, onde reúne fotos históricas da floresta que já tombou e imagens atuais, captadas pelo fotógrafo Cássio Vasconcellos, das últimas árvores gigantes da floresta. Restam poucas, muito poucas, dessas árvores em uma floresta reduzida a 12,4% de sua extensão original, resultado de cinco séculos servindo como matéria-prima para…This article was originally published on Mongabay
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‘A Mata Atlântica está morrendo’: entrevista com Ricardo Cardim
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