‘A gente está correndo atrás’: entrevista com Rodrigo Agostinho, presidente do IBAMA

BRASÍLIA — “Atuar no regime de acupuntura”. Essa tem sido a estratégia-chave usada por Rodrigo Agostinho, à frente do IBAMA há dois anos, para reduzir o desmatamento na Amazônia e combater crimes ambientais em pontos estratégicos de todo o país. “Eu não consigo estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Eu não posso simplesmente falar assim: vou cuidar da Amazônia e esquecer do resto do Brasil. Então a gente foi definindo a ideia de municípios prioritários, áreas com maior taxa de desmatamento, passamos a definir os alvos prioritários,” disse Agostinho à Mongabay em seu gabinete na sede do IBAMA em Brasília. Em uma hora de entrevista, Agostinho detalhou os avanços na sua gestão e os desafios do órgão para proteger os biomas brasileiros depois de quatro anos de sucateamento e desmantelamento do órgão na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele destacou a aprovação de medidas junto ao Banco Central e ao Conselho Monetário Nacional para proibir a concessão de financiamento para áreas embargadas. “A gente autua o embargo de desmatamento e essa pessoa simplesmente não consegue mais financiamento agrícola”. Agostinho também revelou à Mongabay os planos para fortalecer o órgão e antecipar a meta de desmatamento zero prevista para 2030, com investimentos em tecnologia de ponta e inteligência artificial para dar conta do monitoramento em um país de dimensões continentais que detém a maior floresta tropical do mundo. “O IBAMA tinha ficado quatro anos sem fazer os embargos usando imagens de satélite. A gente retomou isso com força total”.…This article was originally published on Mongabay