A cultura da corrupção na Amazônia
Os jornalistas geralmente tratam a corrupção como uma questão de governança; a desonestidade, no entanto, não é um atributo das estruturas constitucionais e legais, mas sim da conduta dos indivíduos. Além disso, a corrupção transcende as instituições públicas e contagia entidades privadas, já que as ONGs também precisam lidar com fraudes financeiras e condutas antiéticas. Com muita frequência, indivíduos que são fundamentalmente honestos são induzidos a agir de forma antiética: eles podem estar pressionados pelo tempo, desesperados para resolver um problema ou simplesmente seguir o caminho de menor esforço. A maioria das pessoas se comporta de forma ética em suas interações cotidianas com colegas, amigos e familiares, mas, se acreditarem que um sistema foi corrompido, é mais provável que tolerem um comportamento fraudulento e, infelizmente, participem se a oportunidade surgir ou se a necessidade ditar uma escolha antiética. Os cidadãos forçados a viver em um ambiente definido pela desonestidade têm plena consciência de seus impactos e exigências, o que promove uma cultura de desconfiança, egoísmo e cinismo. A corrupção em todas as suas manifestações, e são muitas, é um enorme impedimento para o desenvolvimento sustentável, pois compromete o contrato social entre o Estado e seus cidadãos, ao mesmo tempo em que distorce a parte econômica do paradigma de desenvolvimento sustentável. Os cidadãos da Pan-Amazônia estão insatisfeitos, até mesmo revoltados, com o status quo; infelizmente, eles não conseguiram descobrir um caminho para sair de sua difícil situação. Imagem do Greenpeace mostrando o desmatamento da terra indígena Ituna Itatá. Fixadores: grandes varejistas…This article was originally published on Mongabay