O primeiro ambulatório especializado em atendimento a crianças com epilepsia da Região Norte, localizado na Policlínica do Tucumã, em Rio Branco, desde sua inauguração, em junho de 2023, realizou 566 atendimentos, com objetivo de acelerar o diagnóstico e tratamento de crianças de 0 a 12 anos com epilepsia e outras doenças neurológicas associadas, como paralisia cerebral e autismo com comorbidade epiléptica.
De acordo com a gerente-geral da Policlínica do Tucumã, Luciana Carvalho, o serviço tem sido fundamental para atender à grande demanda da população, reduzindo a fila de espera e proporcionando acompanhamento contínuo.
“Os atendimentos prestados pelo ambulatório especializado são realizados para crianças de todos os 22 municípios do estado, mediante encaminhamento médico, realizado a partir de consultas nas unidades básicas de saúde [UBS] do município, que têm o papel de identificar a necessidade de investigação mais detalhada”, explica.
As consultas são efetuadas todas as quartas-feiras e o acompanhamento das crianças pode ser feito a cada dois, três, quatro meses ou a cada 15 dias, conforme a necessidade de cada paciente. Isso tem permitido um acompanhamento mais próximo e personalizado, o que é essencial para o sucesso do tratamento.
A epilepsia é uma doença decorrente de atividade excessiva das células nervosas no cérebro, tratando-se de uma condição neurológica comum, que afeta cerca de uma em cada cem crianças, segundo a médica neuropediatra Cholen Werklaenhg, da Policlínica do Tucumã.
Apresentando-se por meio de diferentes tipos de crises, como as generalizadas (que afetam ambos os hemisférios do cérebro) e as focais (que afetam uma parte específica do cérebro), a epilepsia pode resultar em complicações graves, com lesões neurológicas muitas vezes irreversíveis, dependendo do prolongamento de tempo em que ocorra.
Entre as crises epilépticas mais comuns em crianças estão:
“Nós desenvolvemos o tratamento, renovamos as receitas, caso haja necessidade, e solicitamos exames de acompanhamento do quadro neurológico da criança, evitando assim complicações futuras, como status epiléptico, que pode aumentar a morbidade e a mortalidade da criança sem o devido acompanhamento”, afirma Cholen.
O serviço tem levado bem-estar e acolhimento para muitas famílias acreanas, de acordo com Alana Sousa, mãe de Apolo Levir, paciente de 5 anos que foi atendido no ambulatório.
“Ele se batia muito durante a noite e não dormia direito, por isso busquei investigar através de auxílio médico. Quando tivemos o diagnóstico de epilepsia, ficamos muito preocupados. O atendimento no ambulatório tem sido maravilhoso, e é um alívio saber que meu filho está recebendo o acompanhamento especializado e contínuo que precisa para se desenvolver da melhor maneira possível”, conta Alana, que reforça a importância do serviço para a comunidade.
O Acre se destaca na região Norte como um exemplo de atendimento especializado e humano para crianças com epilepsia, oferecendo às famílias uma nova perspectiva de cuidados médicos.
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