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Preenchimento facial para lipoatrofia promove autoestima de pessoas vivendo com HIV ou aids

O Brasil segue rumo à eliminação de aids e da transmissão do HIV enquanto problemas de saúde pública. Embora o país conte com diversas tecnologias para prevenção e tratamento, disponibilizados de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o estigma continua a ser uma barreira de acesso para o cuidado de pessoas vivendo com HIV ou aids.

Assim, a resposta nacional à epidemia de aids estabeleceu, nos últimos 20 anos, estratégias para promover o acesso a procedimentos reparadores da lipoatrofia facial componente da síndrome de lipodistrofia – caracterizada pela perda da gordura periférica predominantemente em face, membros e nádegas, como estratégia de preservação da autoestima e otimização da adesão e promoção da qualidade de vida.

Embora a maioria dos antirretrovirais mais associados à lipodistrofia não sejam mais prescritos, cerca de 20 mil pessoas utilizam combinações medicamentosas que contêm zidovudina e quase 70 mil usam antirretrovirais com efavirenz. Além disso, pessoas que vivem com HIV ou aids podem desenvolver lipodistrofia devido ao envelhecimento.

Entre as estratégias do Ministério da Saúde para promoção de qualidade de vida às pessoas vivendo com HIV ou aids está o preenchimento facial com polimetilmetacrilato (PMMA), que adquiriu maior força com a publicação do Manual de Tratamento da Lipoatrofia Facial e forneceu o marco técnico dos tratamentos reparadores em pessoas vivendo com HIV ou aids, combinado com a indução da implementação da rede de procedimentos reparadores, por meio de capacitações e apoio aos estados.

Desta forma, recentemente o Ministério da Saúde – por meio do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi/SVSA/MS) – em conjunto com a Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Dermatologia, publicou nota técnica a respeito da importância da realização de preenchimento facial em pessoas que vivem com HIV ou aids, devido a lipoatrofia.

Para o coordenador-geral de Vigilância de HIV e Aids do Dathi/MS, Artur Kalichman, o Estado deve trabalhar para diminuir as barreiras que atrapalham a adesão ao tratamento, particularmente no que se refere ao estigma de pessoas com HIV ou aids. “A resposta à aids deve ser integral. O uso do PMMA, desde que realizado de acordo com as orientações do Ministério da Saúde, é seguro. Diversos estudos demonstraram o impacto do preenchimento facial com PMMA na aparência e qualidade de vida das pessoas vivendo com aids”.

Em um único serviço do Estado de São Paulo, foram realizados mais de 4.500 procedimentos desde 2010, sem nenhum registro de complicações graves. Neste sentido, gestores e técnicos da CGHA/Dathi irão iniciar um processo de discussão com a comunidade científica, gestores estaduais e municipais e representantes de movimentos sociais interessados no tema para definir estratégias de garantia da realização de procedimentos reparadores em pessoas afetadas pela lipoatrofia no Brasil.  

O representante da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids (RNP+ Brasil) e da Comissão Nacional de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Cnaids), José Cândido, reforça a necessidade do PMMA no avanço da luta contra a epidemia de aids. “O impacto é muito grande, porque aumenta a autoestima das pessoas, fazendo com que elas saiam mais de casa. O preenchimento facial melhora a imagem, pois a pessoa não fica com a face murcha. Não queremos voltar à imagem de Cazuza”, explica José Cândido.

 

Lorany Silva e Ádria Albarado

Ministério da Saúde

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