A agente de saúde Juliana Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça durante uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF), teve avanços em seu quadro de saúde. Ela não depende mais do suporte de ventilação mecânica, segundo boletim médico atualizado às 10h deste sábado (18), e consegue caminhar com auxílio.
O informe do Hospital municipalizado Adão Pereira Nunes informava até sexta-feira (17) que a paciente estava em processo de desmame da ventilação mecânica, ficando fora do suporte durante períodos do dia. Neste sábado, os profissionais de Saúde contaram que ela “segue respirando através da traqueostomia, e após retornar para a ventilação mecânica em 7 de janeiro, conseguiu completar o processo de desmame, não dependendo mais do suporte de ventilação mecânica”.
Juliana está na unidade de saúde desde que foi baleada. O quadro atualizado dela é de “bom estado geral, apresentando estabilidade hemodinâmica, sinais clínicos e laboratoriais de boa resposta ao tratamento instituído para controle do quadro infeccioso, tendo sido suspenso o uso de antibióticos”, como na sexta-feira.
A paciente se encontra acordada, lúcida, interagindo bem e se comunicando. Tem feito fisioterapia respiratória e motora, e já consegue caminhar com auxílio. “Do ponto de vista neurológico, não apresentou novos sintomas e sem novos deficits, já em processo de reabilitação”, afirma o hospital.
Não há previsão de alta para Juliana, no entanto. Ela segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia e psicologia, em conjunto com equipe multidisciplinar.
A agente de saúde foi baleada na noite de 24 de dezembro quando ia para Niterói, na Região Metropolitana do Rio, cear com parentes. O carro da família seguia pela Rodovia Washington Luiz (BR-040), na altura de Duque de Caxias, quando foi alvo de tiros disparados pelos agentes da PRF. Cerca de 30 disparos atingiram o veículo.
Os policiais rodoviários envolvidos na abordagem prestaram depoimento para esclarecer o que aconteceu na divisão da Polícia Federal de Nova Iguaçu na manhã seguinte à abordagem.
Em nota, a PRF informou que a Corregedoria-Geral da Polícia Rodoviária Federal, em Brasília, determinou a abertura de um procedimento interno para apurar os fatos relacionados à ocorrência. Segundo a corporação, os agentes envolvidos foram afastados “preventivamente de todas as atividades operacionais”.
“A PRF lamenta profundamente o episódio. Por determinação da Direção-Geral, a Coordenação-Geral de Direitos Humanos acompanha a situação e presta assistência à família da jovem Juliana. Por fim, a PRF colabora com a Polícia Federal no fornecimento de informações que auxiliem nas investigações do caso”, disse a nota.