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Ginástica artística teve ano olímpico histórico em 2024

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A ginástica artística brasileira não para de evoluir. E novamente, a modalidade foi uma das melhores do Brasil em 2024, com quatro medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris. Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Jade Barbosa, Julia Soares e Lorrane Oliveira fizeram história ao conquistar uma inédita medalha olímpica para o nosso país na prova por equipes. Individualmente, Rebeca se isolou como a maior medalhista olímpica da história do Time Brasil.

Os Jogos Olímpicos de Paris foram os melhores possíveis para a ginástica artística feminina do Brasil. A começar pela tão sonhada medalha na final por equipes. O Brasil ficou em terceiro lugar, atrás apenas de Estados Unidos e Itália, para ganhar o bronze em Paris. Se no Mundial de 2023 a medalha por equipes veio com mais tranquilidade, dessa vez foi com emoção. Para começar, Flávia Saraiva sofreu um corte no rosto durante o aquecimento das barras assimétricas. Mas ela conseguiu seguir na final e acertou todas as suas provas. Ao longo da final, as brasileiras não foram tão certeiras quando no Mundial do ano passado. Mas com muita resiliência, elas conseguiram as notas necessária para ir ao pódio em Paris.

Flávia Saraiva compete com corte no rosto na final por equipes em Paris
Flávia Saraiva compete com corte no rosto na final por equipes em Paris (Foto: Miriam Jeske/COB)

Rebeca brilha contra Biles e entra para a história

O grande nome da ginástica brasileira em Paris foi Rebeca Andrade. Ela já chegou em Paris com o status de estrela global da modalidade, além de ser a atleta com o maior potencial de derrotar Simone Biles, norte-americana considerada a melhor ginasta de todos os tempos. Rebeca Andrade ficou atrás da adversária no individual geral, onde chegou a liderar a final após um erro de Biles. Mas Simone colocou toda sua dificuldade em jogo, para compensar seus erros e bater a brasileira que a “estressou com a proximidade.”

Rebeca Andrade na final do salto em Paris-2024
(Foto: Wander Roberto/COB)

No salto, Rebeca Andrade sabia da dificuldade alta de Biles e preparou artilharia pesada para enfrentá-la: um salto novo, que poderia levar o seu nome no código de pontuação da ginástica artística feminina. Mas a brasileira preferiu ir pelo caminho mais seguro e levou a medalha de prata. Fica a expectativa para saber se Rebeca consegue executar o Yurchenko com tripla pirueta no futuro. Na trave, o Brasil teve duas representantes na final. Além de Rebeca Andrade, Júlia Soares também conseguiu se classificar entre as oito melhores do planeta. A caçula da seleção brasileira foi extremamente limpa na qualificação para conseguir a vaga na disputa das medalhas, mas teve uma queda na final. Já Rebeca perdeu uma ligação da sua série que a deixou na quarta posição.

Ouro no solo coroa campanha de Rebeca

Mas o melhor ficou para o final, na disputa do solo. Em maio deste ano, escrevi o seguinte sobre as chances de Rebeca no aparelho: “No momento, diria que a maior chance de ouro de Rebeca seria no solo. Mesmo com Simone Biles aumentando a dificuldade, a norte-americana costuma ter energia sobrando em algumas acrobacias, o que pode acarretar em algumas deduções na sua nota, principalmente quando passa das linhas que marcam os limites do solo. Rebeca Andrade, com um artístico excelente e boas acrobacias, pode chegar perto de Biles no aparelho”.

E foi exatamente o que aconteceu na final. Rebeca Andrade fez as suas melhores acrobacias em Paris na hora H. E em seguida, Simone Biles saiu duas vezes da área do solo, sofrendo uma penalidade que fez com que a medalha de ouro fosse parar no peito da brasileira. E em uma imagem histórica, as outras atletas no pódio se reverenciaram à rainha do esporte olímpico do Brasil.

De olho no futuro

Para além dos Jogos Olímpicos, foi possível acompanhar também uma jovem geração que tem tudo para brilhar no próximo ciclo ao lado das nossas medalhistas olímpicas. Hellen Vitória foi o principal destaque do Campeonato Brasileiro e foi campeã sul-americana no solo. Entre as atletas que estão na categoria juvenil, Isabel Aguilar foi o grande destaque do ano, mostrando evolução em todos os aparelhos e sendo a estrela do Sul-Americano Juvenil. Mas outras ginastas como Julia Coutinho, Gabriela Bouças, Larissa Machado e Maria Eduarda Montesino também mostraram potencial para os próximos anos.

Masculino com altos e baixos no ano olímpico

Na ginástica artística masculina, o ano foi de aprendizados para o próximo ciclo olímpico. Após sofrer com lesões de alguns dos seus principais atletas em 2023, a seleção brasileira não conseguiu a vaga por equipes nos Jogos Olímpicos de Paris, saindo do Mundial do ano passado com apenas duas vagas individuais. Assim, vários atletas do Brasil tentaram uma terceira vaga individual no circuito das Copas do Mundo no começo do ano, mas ela não veio.

Diogo Soares na final do individual geral nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
(Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Dessa forma, o Brasil teve apenas dois representantes na ginástica artística masculina nos Jogos Olímpicos de Paris: Arthur Nory e Diogo Soares. O campeão mundial disputou apenas a barra fixa, sua principal especialidade. Mas um erro na qualificação fez com que Nory ficasse de fora da final olímpica. Já Diogo Soares avançou para a final do individual geral e, sabendo das poucas chances de medalha, aproveitou para mostrar alguns elementos novos que ele nunca tinha feito em competições.

Para além de Paris-2024, o ano mostrou alguns nomes que podem se destacar nos próximos anos na seleção brasileira. Yuri Guimarães fez uma boa temporada de Copas do Mundo, ficando perto da vaga olímpica, e foi um dos destaques do Troféu Brasil. Já Vitaliy Guimarães se mostrou uma boa adição para a equipe brasileira em busca da vaga olímpica em Los Angeles. O veterano Caio Souza ficou de fora da Olimpíada, mas mostrou que segue em boa forma, com títulos Pan-Americano e Brasileiro no individual geral.

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