O Corpo de Bombeiros Militar do Acre (CBMAC) realizou, na manhã desta sexta-feira, 31, no Comando-Geral da instituição, em Rio Branco, uma simulação voltada para o treinamento e capacitação de agentes públicos em um possível desastre hidrológico. A presença desses agentes garante a melhoria e o aprimoramento das ações de resgate e assistência à população em caso de alagação.
Com os meses de fevereiro e março se aproximando, o governo reforça a atenção à fiscalização do nível do Rio Acre em todo o estado. Devido ao risco de ocorrer enchentes, as forças de segurança iniciam os processos de treinamento, na tentativa de melhorar o serviço que é oferecido aos afetados.
No local, estiverem presentes o efetivo da capital do Corpo de Bombeiros, membros da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária (Deracre) e da Defesa Civil do Estado do Acre, além de servidores de diversas secretarias e órgãos municipais de Rio Branco, todos em prol de qualificar a sua atuação em um momento de crise.
De acordo com a coordenadora de Atendimento a Desastres Hidrológicos em Rio Branco e Entorno, capitã Francisca Fragoso, essa foi a segunda edição do simulado, que tem como principal objetivo observar os pontos que precisam ser melhorados.
“A partir do simulado, a gente faz um protocolo de atendimento e, principalmente, coloca toda essa estrutura, tanto do município quanto do estado, em alerta para uma possível ocorrência de desastre. O principal objetivo do nosso simulado é a melhoria, nós trabalhamos com melhoria contínua. O Corpo de Bombeiros sempre visa isso, com o foco em melhorar o atendimento à população acreana”, destacou a capitã.
Desafios
Situações extremas e de risco, como as grandes enchentes e alagações, apresentam desafios para o Corpo de Bombeiros. Mesmo com a imprevisibilidade em alguns casos, a força-tarefa da instituição procura estar pronta para enfrentar os problemas da melhor maneira possível, visando ao bem-estar da população acreana.
O comandante-geral do CBMAC, coronel Charles Santos, afirma que, na tentativa de melhorar a atuação da corporação e evitar os desafios impostos, um simulado como esse também desempenha o papel de identificar a função e de que maneira cada órgão e secretaria vai trabalhar durante um momento de crise hidrológica na capital.
“Isso faz com que a gente tenha a possibilidade de ter o conhecimento básico. Quais são as empresas e os entes que poderemos acionar, e a tropa já fica preparada para se deslocar para realizar o atendimento. No momento que ela chegar aqui, vai tomar conta do material, vai lidar com o transporte, ficar na logística, fazer o levantamento de dados. Esses pontos são cruciais para que, no andamento do atendimento da ocorrência, tenhamos a possibilidade de mitigar os danos”, observou o comandante-geral.
Além disso, o coronel destaca que o principal desafio durante uma enchente é realizar o atendimento inicial, e a simulação também serve para avaliar essa logística e quais mudanças devem ser feitas para melhorar o serviço prestado aos populares.
“Chegar até a ponta é o principal desafio. Nós temos a logística diária para atender as ocorrências do dia a dia. No entanto, num desastre que afeta ao mesmo tempo mais de 150 famílias, você não vai ter 150 embarcações. Então, esse é um dos principais desafios, em que você vai começar a providenciar a logística durante o atendimento, que é algo que não é normal no cotidiano”, salientou o coronel.
Defesa Civil
A Defesa Civil do Estado realiza uma função importante durante uma alagação. Por conta disso, todas as ações e prevenções já são devidamente planejadas com antecedência, para garantir o sucesso nos atendimentos. No treinamento, o órgão atuou como principal responsável por articular e mobilizar toda a estrutura do sistema estadual de defesa aos cidadãos.
Para o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Carlos Batista, faz-se necessária a participação de todos em uma simulação como essa, para garantir uma organização eficaz no enfrentamento de eventos extremos em Rio Branco. O oficial aproveitou, ainda, para parabenizar os responsáveis pela realização.
“Esse simulado foi um treinamento muito exitoso. Parabenizo toda a equipe do Corpo de Bombeiros, na pessoa do coronel Charles e da capitã Fragoso, que organizaram esse simulado, em que a gente pôde ver a quantidade de estrutura e de quase 200 pessoas, para mostrar que a Prefeitura, que é o órgão de primeira resposta como Defesa Civil Municipal, e o Estado, como órgão de apoio, completam uma grande força-tarefa unida, pronta para enfrentamento dos eventos extremos aqui na capital Rio Branco”, declarou Carlos Batista.
Aplicativo Família Segura
No simulado, o aplicativo Família Segura, projeto idealizado pelo Corpo de Bombeiros do Acre, também foi apresentado como um instrumento de grande importância. Por meio desse instrumento tecnológico, a corporação vai melhorar a comunicação com a população, na tentativa de resguardar vidas e apresentar rapidez nos atendimentos.
“Sem dúvida vai melhorar o nosso tempo de resposta. A gente não vai perder tempo em processos analógicos para entender que aquela família precisa ser atendida ou se ela já foi atendida. Então, vamos ganhar em tempo de resposta. A partir do momento que o aplicativo possibilita um monitoramento em tempo real, eu já vou entender o andamento da operação e isso vai resultar num atendimento mais rápido”, contou o capitão Roger Freitas.
Por intermédio do aplicativo, as pessoas afetadas poderão fazer o cadastro inicial e a solicitação de agentes para realizarem o resgate, destacando pontos como a quantidade membros na família e a localização em que se encontram. Dessa forma, as informações serão atualizadas em tempo real, o que vai facilitar a gestão, principalmente na distribuição de recursos.
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