Com a aquisição de um novo equipamento, o governo do Acre, por meio da Secretaria de Saúde (Sesacre), conseguiu reduzir significativamente o tempo necessário para o diagnóstico da tuberculose no estado.
O processo, que antes poderia levar até 60 dias, agora foi reduzido para no máximo 42. O diagnóstico é realizado no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), em Rio Branco, que é a unidade de referência para todo o estado.
A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outras partes do corpo. A transmissão ocorre pelo ar, por meio de partículas expelidas por pessoas infectadas, ao tossir, falar ou espirrar. Embora curável, a doença exige um tratamento longo e contínuo, cuja interrupção pode levar ao aumento da resistência bacteriana e dificultar ainda mais o controle da enfermidade.
O avanço no diagnóstico da tuberculose no estado foi possível graças ao sistema automatizado BD Bactec MGIT, utilizado para o isolamento primário de microbactérias a partir de amostras clínicas pulmonares e extrapulmonares (exceto sangue) e para o teste de sensibilidade a antibióticos no caso de Mycobacterium tuberculosis.
De acordo com a farmacêutica bioquímica do Lacen, Janaina Mazaro, o equipamento trouxe benefícios para o diagnóstico: “Nós recebemos os insumos do Ministério da Saúde, pois somos o único laboratório do Estado apto a realizar esse exame, que deve ser ofertado a todo paciente com diagnóstico de tuberculose”.
A farmacêutica destaca a redução significativa do tempo para obtenção do diagnóstico: “Com o novo equipamento, o prazo máximo é de 42 dias, e o tempo mínimo já foi de cinco dias, em alguns casos”.
De acordo com o Departamento de Informática do SUS (Datasus), entre 2019 e 2023, foram notificados 3.031 casos de tuberculose no Acre. Rio Branco concentrou 73,2% dessas notificações. Homens jovens, entre 20 e 39 anos, foram os mais afetados, representando 71% dos casos.
No entanto, ressalta Janaina, a doença pode atingir pessoas de qualquer idade. “Vemos casos em crianças de 8, 9 anos, adolescentes de 16, 17 anos, além de adultos jovens. Então, está bem homogêneo”, afirma, salientando que as populações privadas de liberdade e em situação de rua são os grupos prioritários para o diagnóstico e controle da doença no Brasil.
O Lacen é a unidade de referência para o diagnóstico laboratorial de saúde pública no Estado do Acre. Como parte de um sistema nacional, o Lacen dá suporte em emergências de saúde pública, monitoramento de doenças de notificação compulsória e outras questões epidemiológicas e sanitárias.
A gerente administrativa da instituição, Karolina Sabino, explica a relevância da unidade. “O Lacen funciona como os ‘olhos’ da Sesacre. Por meio dele, identificamos o que está circulando no estado, seja tuberculose, covid, dengue, zika, chikungunya, influenza ou outro agravo importante. É a única unidade do estado com essa capacidade técnica, essencial para nortear as decisões frente às emergências de saúde pública”, detalha.
Além da sede em Rio Branco, o Estado conta com duas unidades de apoio localizadas em regiões de fronteira: o Lafron Alto Acre, e o Lafron Juruá, com sede própria na região. “Embora sejam unidades de apoio, fazem parte da rede Lacen/AC, que dá suporte a todo o estado, recebendo amostras de unidades municipais e estaduais, realizando diagnósticos precisos e em tempo oportuno”, informa.
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