O presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou em discurso na 65ª Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, no Uruguai, nesta sexta-feira, 6 de dezembro, que o bloco é um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental.
Nosso bloco tem uma oportunidade histórica de liderar a transição energética e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas”
Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República
“O Brasil vai propor o lançamento de um programa de cooperação para a agricultura de baixo carbono e promoção de exportações agrícolas sustentáveis, o Mercosul Verde. Nosso bloco tem uma oportunidade histórica de liderar a transição energética e enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas”, declarou Lula.
Na avaliação do presidente, o princípio das “responsabilidades comuns, porém diferenciadas” é essencial para promover a justiça climática. Ele pontuou que isso não impede que cada país contribua, como pode, para a meta de limitar o aumento da temperatura global a um grau e meio.
“O Brasil já apresentou sua nova Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC), que abrange todos os gases de efeito estufa e setores econômicos. Assumimos a meta ambiciosa para 2035 de reduzir emissões de 59 a 67% em relação a 2005”, disse.
O Mercosul é um exemplo de que é possível conciliar desenvolvimento econômico com responsabilidade ambiental. O Brasil vai propor o lançamento de um programa de cooperação para a agricultura de baixo carbono e promoção de exportações agrícolas sustentáveis, o Mercosul Verde.…
— Lula (@LulaOficial) December 6, 2024
COP30 — Lula ressaltou a importância de a América do Sul sediar a COP30, em Belém do Pará, na Amazônia brasileira, em 2025. “Com isso, nossa responsabilidade aumenta. Convido os países do Mercosul e Associados e a União Europeia a apresentarem NDCs ambiciosas e a participarem ativamente nos esforços que levarão ao pleno êxito da COP30”, afirmou.
INTEGRAÇÃO — Lula também pontuou a relevância dos projetos do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem) para a redução das assimetrias e de maior aproximação entre os países do bloco. “Obtivemos este mês a aprovação, pelo Fundo, do financiamento do primeiro projeto brasileiro em 12 anos. O anel viário no município de Amambai, no Mato Grosso do Sul, vai estreitar vínculos com o Paraguai”, disse. Ele lembrou que o projeto “Rotas da Integração Sul-Americana”, lançado pelo Brasil, tem a previsão de investimentos em 190 obras no país e na região. “As rotas têm o papel de interiorizar o desenvolvimento e reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias entre o Brasil e seus vizinhos, ligando o Atlântico ao Pacífico”, explicou.
ECONOMIA — Na Cúpula, Lula destacou que, com a entrada da Bolívia, o Mercosul se constitui na sétima economia do planeta, com PIB combinado de quase 3 trilhões de dólares. “O comércio entre nós mobiliza a expressiva soma de 55 bilhões de dólares. 75% dessa cifra é de produtos de alto valor agregado”, afirmou. Mais cedo nesta sexta-feira, líderes de países do bloco anunciaram a conclusão das negociações do acordo de parceria entre o Mercosul e a União Europeia.
PANAMÁ — O líder brasileiro também saudou a entrada do Panamá no bloco. O país passou a ser o primeiro Estado Associado do Mercosul na América Central. A 65ª Cúpula do Mercosul marca o encerramento da presidência pro tempore do Uruguai e a transferência para a Argentina.
G20 — Lula ainda agradeceu aos países integrantes do Mercosul pela participação na Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro, no último mês de novembro. “Tivemos apoio expressivo no lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Nossa atuação conjunta foi fundamental para a aprovação de um Chamado à Ação para a Reforma da Governança Global. É essencial corrigir a baixa representação da nossa região na ONU e nas organizações de Bretton Woods”, defendeu.