O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da abertura da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT), nesta terça-feira, 5 de novembro, em Brasília (DF). Realizada pelo Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a semana é o principal evento de divulgação científica do país e, neste ano, tem como tema “Biomas do Brasil: diversidade, saberes e tecnologias sociais”.
“Esse país tem que investir mais em pesquisa. Eu quero cientista para produzir conhecimento para todos os 210 milhões de brasileiros, para o mundo inteiro. Por isso, eu quero dizer para vocês: enquanto eu for presidente da República, a educação será tratada com respeito, com dignidade e com muito amor, porque a educação é a base da garantia da nossa soberania”, ressaltou Lula, durante a cerimônia de abertura do evento, após visitar estandes e conversar com estudantes e expositores no hall do Pavilhão da SNCT.
Lula defendeu o papel da educação e da ciência para o desenvolvimento de uma sociedade mais justa. “A oportunidade torna as pessoas iguais e prova que ninguém é mais inteligente do que ninguém. Ela prova que, se todos tiverem a mesma oportunidade, tiverem acesso aos mesmos livros e aos mesmos professores, elas vão se desenvolver por si só, independentemente da origem social. O que elas precisam é ter aquele braço que o Estado tem que ter para ajudar aqueles menos favorecidos”, argumentou.
Ainda em seu discurso, Lula lembrou de seus esforços em mandatos anteriores à frente da presidência da República para promover olimpíadas de conhecimentos nas escolas públicas. “O resultado foi extraordinário, porque, dentre outras coisas, a gente motiva as meninas e os meninos a quererem ir para a escola, a quererem estudar e participar”, avaliou.
R$ 740 MILHÕES — Na cerimônia, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou uma série de novas iniciativas. “Juntamos MCTI, Finep, CNPq, Capes, Unicef, Secom e MEC para apresentar um verdadeiro pacote de investimentos e parcerias, que totalizam um aporte de R$ 740 milhões em ações de popularização da ciência”, declarou. O pacote inclui uma chamada pública para ampliar as feiras de ciências e outra voltada às olimpíadas do conhecimento. “São R$ 20 milhões para espalhar as feiras de ciências em território nacional. Também teremos R$ 20 milhões para as olimpíadas de matemática, astronomia, de ciências e outras áreas do conhecimento”, detalhou. Ela apontou ainda que o Governo Federal pretende aplicar R$ 200 milhões no Programa Mais Ciência na Escola e investir R$ 500 milhões em museus de ciência e cultura, para digitalização de acervos e democratização do acesso dos brasileiros aos bens científicos.
ENSINO — Durante a abertura do evento, o ministro da Educação, Camilo Santana, assinou um acordo de cooperação técnica com a ministra Luciana Santos para a implementação dos programas Mais Ciência na Escola, Pop Ciência, Escola de Tempo Integral, Política de Inovação e Educação Conectada e o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial. Os ministérios se comprometeram a unificar políticas e ações programáticas para melhorar a qualidade da educação básica e o letramento científico da sociedade, promovendo oportunidades de inclusão para a juventude por meio da ciência e fomentando novos talentos para as carreiras científicas e tecnológicas.
“Estamos promovendo um clube de ciência em laboratórios makers [espaços de prototipagem e inovação, onde jovens podem dar vida às suas ideias e projetos] e fortalecendo o ensino em escola de tempo integral. Essa parceria prevê a criação de duas mil bolsas para professores e 20 mil bolsas para estudantes da educação básica, garantindo que nossos jovens tenham acesso aos recursos necessários para explorar a ciência desde cedo”, compartilhou Camilo Santana. O ministro também ressaltou que o Governo Federal tem ampliado os investimentos em laboratórios e em iniciativas que utilizem inteligência artificial na educação, com o objetivo de preparar os jovens para o mercado de trabalho, cada vez mais digital e competitivo.
INFÂNCIA — Luciana Santos também assinou, com a chefe de Educação do Unicef Brasil, Mônica Pinto, um memorando de entendimento com o intuito de implementar ações articuladas para a promoção do acesso à ciência como direito das crianças e adolescentes. “A iniciativa é para que os municípios brasileiros possam ter o selo Prefeito Amigo da Criança. Precisamos estimular que os prefeitos sigam esse caminho para, desde cedo, fazer feiras de ciências”, defendeu a ministra.
BIODIVERSIDADE — O tema da 21ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia reflete a urgência em reconhecer, valorizar e proteger a riqueza de biodiversidade nos diversos biomas brasileiros – Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal, além do Sistema Costeiro-Marinho – e a riqueza de conhecimentos tradicionais das comunidades que neles habitam. “Essa é uma pauta essencial em um país como o nosso, que precisa usar sua diversidade como força motriz de inovação e sustentabilidade”, comentou Camilo Santana.
TECNOLOGIAS SOCIAIS — A pauta deste ano destaca ainda a importância do papel transformador das tecnologias sociais, desenvolvidas a partir desses saberes e voltadas para soluções sustentáveis e inclusivas, juntamente com a contribuição de projetos inovadores e de iniciativas que fazem parte do sistema de ciência, tecnologia e inovação.
PROGRAMAÇÃO — Palestras, seminários, visitas guiadas, oficinas, hackathons de combate à desinformação, lançamento de publicações, editais, documentários e entrega de medalhas para vencedoras de olimpíadas do conhecimento integram o cardápio do evento. Os interessados podem participar de forma remota, por meio de atividades cadastradas, e/ou presencialmente, na área em torno do Museu Nacional de Brasília, no centro da capital federal. As atividades ocorrem até o dia 10.
O QUE É — A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é o principal evento de divulgação científica do Brasil, criado em 2004 por decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. É realizado anualmente pelo Governo Federal. O evento ocorre em diversas cidades do país, abrangendo todas as cinco regiões, com atividades em locais públicos, escolas, universidades e unidades de pesquisa. A organização também conta com a participação de governos estaduais e municipais, de instituições de ensino e pesquisa e de entidades ligadas à ciência e tecnologia.