A indústria da construção civil enfrenta dificuldades para contratar mão de obra qualificada, o que acaba afetando a execução dos projetos. Não diferente dos grandes centros, o Acre também aparece entre os estados que enfrenta desafios significativos relacionados à escassez de mão de obra.
Essa escassez parece ser resultado do aumento da urbanização, do desenvolvimento de infraestrutura e do crescimento populacional que têm gerado uma demanda sem precedentes por novas habitações, edifícios comerciais, instalações industriais e infraestrutura pública.
A demanda excede a capacidade da indústria de fornecer mão de obra qualificada em um ritmo compatível, resultando em escassez de trabalhadores em muitos mercados.
Diante do cenário, o Fórum Empresarial do Acre fez uma pesquisa com 236 trabalhadores do setor e levantou um perfil dessas pessoas, a renda média, o que elas fazem quando não estão trabalhando na área, medidas que podem ser adotadas para melhorar a qualificação dos trabalhadores, dentre outras informações.
A pesquisa foi realizada entre 23 de setembro e 21 de outubro deste ano, tendo como público-alvo os trabalhadores que atuam diretamente na execução das obras. Os questionários foram aplicados em 11 obras contratadas e executadas em Rio Branco pelo poder público municipal/estadual e iniciativa privada.
A idade média dos entrevistados é de 40 anos. Ainda conforme a pesquisa, quase que a totalidade são homens (98,3%), de pele parda (76,7%), com pouca ou nenhuma escolaridade, sendo 19,1% analfabetos e 37,7% com o ensino fundamental completo.
Quando perguntados se possuíam cursos/treinamentos específicos de suas áreas de atuação na construção civil, 64,4% responderam não possuir. As informações levantadas destacam que, além do pouco estudo formal, a maioria dos trabalhadores que participaram da pesquisa não possuem cursos e treinamentos específicos relacionados com o desempenho de suas funções.
Os pesquisadores perguntaram também sobre o estado civil dos trabalhadores e se possuem filhos. Cerca de 72,5 têm filhos e, deste total, 29,2% são casados. Confira os demais resultados:
- Outros 24,2% afirmaram possuir união estável
- Solteiros representam 43,2% (desses 37,7% não possuem namorada).
- Dos casados ou com união estável, 17,8% possuem cônjuge que trabalha com carteira assinada e 6,8% o cônjuge trabalha na informalidade.
Quando perguntados sobre o tempo de serviço, 21,2% dos entrevistadores disseram que estão no primeiro emprego. Já a maioria, total de 79,8% já trabalhou no setor anteriormente (antes do emprego atual).
Os pesquisadores também perguntaram há quanto tempo cada trabalhador está no atual emprego. A média das respostas foi de 17 meses. Sobre o tempo total de trabalho no setor, foi detectado uma média de 14 anos.
O rendimento médio obtido no emprego atual, com carteira assinada, desses trabalhadores é de R$ 2.045,22.