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No Dia Nacional do Gestor Escolar, conheça a trajetória do comunitário que transformou sua realidade pela educação

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Nesta terça, 12 de novembro, é comemorado o Dia do Gestor Escolar. Uma data para celebrar o trabalho de profissionais como Marcos Antônio Belo de Oliveira, gestor da Escola Estadual São Pedro I, localizada em uma das curvas do Rio Acre, na comunidade Benfica, zona rural de Rio Branco.

Dirigindo a escola há cinco anos, a relação do gestor Belo com o lugar começou cedo. “Nasci do outro lado do rio, no antigo Seringal Três Palhetas”, narra. Ali Marcos foi aluno da São Pedro I. “Fiz até a quarta série na escola do Três Palhetas e fiquei alguns anos sem estudar. Quando o ensino supletivo chegou aqui na escola, eu tinha entre 15 e 16 anos, e tive a oportunidade de concluir o ensino fundamental aqui, aos 18 anos”, conta.

Gestor Marcos Antônio Belo de Oliveira lidera a escola São Pedro I há cinco anos. Foto: Mardilson Gomes/SEE

A relação da família de Marcos com a escola se iniciou com sua mãe, que teve um papel fundamental na criação da São Pedro I, quando percebeu a necessidade de implantar um estabelecimento educacional na comunidade e, com apoio de líderes locais e religiosos, conseguiu criar um espaço para o ensino, mesmo sem grandes recursos. Anos depois, os filhos e os netos, entre eles os filhos de Marcos, tiveram a oportunidade estudar na unidade escolar.

Algum tempo depois de concluir o supletivo, Marcos estudou magistério, curso técnico profissionalizante de nível médio que forma professores para atuarem na educação básica, e posteriormente, já trabalhando na área de educação, conseguiu concluir o ensino superior em língua portuguesa, por meio de programas de formação acadêmica para professores que já estavam em sala de aula.

Gestor Marcos Antônio com parte da equipe gestora da Escola São Pedro I. Foto: Mardilson Gomes/SEE

“Minha trajetória educacional não foi fácil; precisei estudar em condições adversas e percorri longas distâncias para me formar”, relembra. Já atuando em sala de aula, Marcos conseguiu a aprovação em concurso público do Estado e, posteriormente, assumiu funções administrativas e de coordenação pedagógica.

Há alguns anos, voltou à São Pedro I como coordenador pedagógico e, a partir de sua experiência e do reconhecimento da comunidade, assumiu o cargo de gestor escolar, onde tem se destacado pelo trabalho comprometido e buscando desenvolver uma gestão amiga da comunidade. “Como gestor, tenho a responsabilidade de manter e honrar o legado da minha família, liderando a escola com foco na inclusão e na qualidade do ensino”, afirma.

No Estado do Acre, o trabalho que o gestor Belo desenvolve é delineado pela a Lei 3.141, que enfatiza a gestão democrática e a participação ativa da comunidade escolar.  Com isso, o gestor desempenha funções essenciais como líder pedagógico e administrativo, coordenando as atividades da escola e garantindo a implementação do projeto político-pedagógico.

É função do gestor promover a integração da comunidade escolar, incluindo professores, alunos, pais e funcionários, fortalecendo a colaboração e a participação. Esse profissional também deve assegurar a transparência e a prestação de contas, gerenciando de forma responsável os recursos financeiros e materiais, assim como buscar continuamente a melhoria da qualidade do ensino por meio de processos de avaliação e monitoramento.

Gestor procura influenciar positivamente alunos da São Pedro I. Foto: Mardilson Gomes/SEE

Para concorrer ao cargo de gestor na rede estadual acreana, o profissional deve ser habilitado em curso de certificação promovido regularmente pela Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE). O mais recente, realizado no primeiro semestre deste ano, habilitou quase 300 profissionais docentes e não docentes da rede.

No Benfica, o gestor Belo é uma figura de liderança na comunidade, pois, além de administrar a escola, também é conselheiro e mediador, ouvindo e ajudando a resolver os problemas que chegam até ele, seja de alunos ou da comunidade. E, assim como se inspirou nos educadores com quem teve contato ao longo da sua carreira, procura incentivar os mais de 400 alunos que frequentam a São Pedro I.

“Antigamente, os jovens daqui não tinham inspiração além da vida rural, onde a ocupação era ser agricultor ou marreteiro. Por isso, gosto de contar minhas vivências e acredito que isso ajuda a estreitar os laços e transmitir valores. Cresci na zona rural e mantenho minhas raízes. Sempre lembro com gratidão das dificuldades que enfrentei e das pessoas que me apoiaram ao longo da vida”, relata Marcos.

 

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