BRASÍLIA (15.10.2024) – A Marinha vai realizar operações ribeirinhas no Vale do Juruá de combate aos crimes transfronteiriços (tráfico de drogas, de armas, de contrabando, dentre outros). A ação é fruto da ação do mandato do deputado Coronel Ulysses (União–AC) com o Comando da Marinha.
Os detalhes da operação, bem como a implantação Capitania Fluvial de Rio Branco (AC) foram acertados nesta segunda-feira, 14, em reunião na Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) do Acre.
Participaram do encontro, além de Ulysses, o coronel José Américo Gaia (secretário de Segurança), o vice-almirante João Alberto de Araújo Lampert (comandante do 9º Distrito Naval, sediado em Manaus–AM), o capitão de fragata Matheus de Athaides Firmino e a capitã tenente Viviane, ambos da Capitania Fluvial de Porto Velho–RO, e Edson Bittar, representante do senador Mário Bittar (União–AC).
“Estamos hoje aqui com o vice-almirante Lambert para, com a Marinha, desenharmos um modelo operacional para o combate aos crimes transfronteiriços no Juruá”, explicou Gaia. Ele ainda destacou a ação de Ulysses em favor da segurança pública do Acre, bem como a sua luta junto à Marinha para a realização de ações de combate às facções criminosas que atuam no Vale do Juruá. “A atuação do Coronel Ulysses tem sido fundamental nesse sentido”, ressaltou.
Após o encontro, Ulysses destacou a capacidade operacional da Marinha no patrulhamento fluvial na Amazônia, notadamente no combate aos crimes transfronteiriços. “É essa experiência que será empregada no Acre, principalmente na região do Juruá, onde os traficantes do Peru possuem rotas para escoar drogas (da cocaína, por exemplo) para nosso País”, explicou Ulysses. O deputado acrescentou, ainda, que “a ação da Marinha na região trará resultados positivos no enfrentamento ao crime organizado e na melhoria da qualidade segurança aos moradores ribeirinhos do Vale do Juruá”.
O vice-almirante João Alberto de Araújo Lampert explicou que, atualmente, a Marinha já realizou atividades de assistência social às margens do rio Juruá, “e, agora, vamos acoplar uma patrulha mais intensa e mais coordenada, com as forças de segurança do Acre, para reforçar a segurança dos ribeirinhos, garantir nossa soberania, e combater os crimes transfronteiriços na região”.
Há quatro meses, Ulysses solicitou à armada a instalação de uma Base de Fuzileiros Navais, em Cruzeiro do Sul–AC, mas, por restrição orçamentária, a criação do grupamento de fuzileiros se tornou inviável na região do Juruá. Mesmo assim, a Marinha anunciou a Ulysses a realização de operações sazonais naquela região.
Em junho, o comandante da Marinha, almirante de esquadra Marcos Sampaio Olsen, anunciou o enviou de grupamentos de fuzileiros navais para atuar sazonalmente no combate ao tráfico e às facções criminosas nos rios do Juruá. Atualmente, a força realiza operações desse tipo em outros estados da Amazônia, fazendo apreensões significativas de drogas.
Para viabilizar o envio dos fuzileiros ao Juruá, Ulysses manteve, além o encontro com Olsen, audiências no Rio de Janeiro–RJ e em Manaus–AM. No Rio, o deputado se reuniu com o almirante de esquadra Carlos Chagas Vianna Braga, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN). Em Manaus, Ulysses conversou com o vice-almirante João Alberto de Araújo Lampert, comandante do 9º Distrito Naval. Lampert foi ao Acre para acertar, com a cúpula da segurança pública local, os detalhes das ações operacionais que serão desencadeadas em breve no Vale do Juruá.
Segundo Ulysses, o patrulhamento fluvial rotineiro dos rios do Juruá é urgente, “porque, infelizmente, a região se encontra tomada por facções criminosas de São Paulo e do Rio de Janeiro, que atuam no tráfico internacional de drogas, em especial, de cocaína”.
Essas facções, conforme o deputado, agem de forma audaciosa e impõem o terror às comunidades ribeirinhas do Juruá, ora obrigando os moradores a atuarem como ‘olheiros’ para protegerem suas rotas fluviais do tráfico, ora os obrigando a abrir ‘picadas’ (caminhos no meio da selva Amazônica) para escoarem a produção de drogas, notadamente a cocaína. “E da forma como está, o Brasil pode perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado”, alertou Ulysses.
Ainda, segundo Ulysses, a presença dessas organizações criminosas na região do Juruá é devido sua aproximação da Província de Ucayalli, na Amazônia peruana. Ali, segundo dados da Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Vida Sem Drogas (DEVIDA), do Peru, os traficantes aumentaram quatro vezes as áreas de plantação de folha de coca (essencial para a produção da cocaína e seus derivados). Em 2022, área plantada de coca aumentou em 14.531 hectares, aumento de quatro vezes aos plantios verificados no ano de 2020.
Na avaliação de Ulysses, o avanço do narcotráfico em áreas isoladas próximas à fronteira com a Amazônia é preocupante e exige uma ação rápida, efetiva e constante do governo federal, por meio das Forças Armadas e da Polícia Federal (PF). “Nesse momento, a atuação da Marinha com as forças de segurança do Acre, é de extrema relevância porque, atualmente, o principal modal de transporte utilizado por traficantes (que atuam na região do Juruá) é o fluvial”, salienta o deputado.
Na região do Vale do Juruá, os traficantes, descreve Ulysses, “além de recrutarem ‘soldados do tráfico’ nas periferias das cidades, as organizações criminosas causam medo e terror às populações ribeirinhas, indígenas e seringueiros”. A região abriga oito municípios – Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Feijó, Jordão e Tarauacá.
Ulysses reconhece, ainda, que o patrulhamento fluvial pela Marinha, em conjunto com as forças de segurança do Acre, é, hoje, medida indispensável para inibir a ações de traficantes e facções criminosas no Vale do Juruá.