Edvaldo Magalhães denuncia fechamento do setor de nefrologia da Fundação Hospitalar e chama caso de “grande escândalo”

Durante a sessão desta quarta-feira, 23 de outubro, na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB), fez graves denúncias sobre o fechamento do setor de nefrologia da Fundação Hospitalar do Estado, classificando a situação como um verdadeiro escândalo. O parlamentar relatou ter visitado a instituição na companhia do deputado Adailton Cruz (PSB), onde conversou com servidores, pacientes e o secretário de saúde, Pedro Pascoal. Segundo ele, a decisão de transferir pacientes renais da Fundação para clínicas particulares devido à falta de insumos representa uma sabotagem ao Sistema Único de Saúde (SUS).

Magalhães começou destacando que a ala de nefrologia da Fundação havia sido recentemente revitalizada com recursos públicos, garantindo uma infraestrutura moderna e humanizada para pacientes e profissionais. “O ambiente foi todo revigorado, com recursos de emendas parlamentares. As condições para o trabalho e o acolhimento dos pacientes melhoraram extraordinariamente”, afirmou o deputado. No entanto, ele revelou que, mesmo com a melhoria do espaço, o fornecimento de insumos foi interrompido após o fornecedor exigir um reajuste de 17% no valor do contrato, o que ele classificou como uma “chantagem”.

Ao invés de buscar alternativas imediatas para resolver o problema, o oposicionista criticou a Secretaria de Saúde por ter transferido os pacientes para clínicas particulares, aumentando ainda mais a fila de atendimento nessas unidades. “Retiraram os pacientes da Fundação e abarrotaram as clínicas particulares. Temos idosos saindo de lá à meia-noite, a qualidade do serviço caiu”, denunciou. Ele também ressaltou que, nas clínicas privadas, os pacientes são cobrados por medicamentos que na Fundação seriam fornecidos gratuitamente, o que aumenta o custo e dificulta o tratamento de quem já enfrenta dificuldades financeiras.

Edvaldo Magalhães destacou ainda que, apesar de todo o transtorno causado pela falta de insumos, o produto necessário para a retomada dos tratamentos na Fundação já chegou. “Ontem, foi dito pela diretora que o produto já está na Fundação. Então, por que não chamam os pacientes de volta e retomam os serviços de hemodiálise? ”, questionou.

O parlamentar também criticou o argumento utilizado pela Secretaria de Saúde de que o custo por paciente na Fundação seria maior do que nas clínicas privadas. “É um absurdo justificar isso com uma conta mal feita. O custo da nefrologia na Fundação não pode ser comparado diretamente, porque o hospital tem uma função pública, não é um negócio”, ressaltou.

O deputado encerrou seu discurso alertando para o impacto dessa decisão e pedindo uma correção imediata por parte da Secretaria de Saúde. “Estamos diante de um grande escândalo. É preciso que o secretário Pedro Pascoal reveja essa decisão, porque, se o Ministério Público investigar, vai ficar evidente o desmonte de um local perfeito para o tratamento de hemodiálise, transformando a saúde em um negócio”, complementou.

Edvaldo Magalhães denuncia pressão política nas eleições da OAB Acre

No grande expediente, o deputado Edvaldo Magalhães retornou à tribuna para falar sobre supostas pressões do governo e da prefeitura sobre servidores e parlamentares para apoiar uma determinada chapa nas eleições da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Seccional Acre. Ele questionou o motivo por trás desse “jogo pesado” e sugeriu que o governo está utilizando sua influência para moldar o resultado da eleição.

Magalhães foi além, alegando que há um projeto em curso para garantir que um grupo político assuma o controle da OAB Acre, com vistas à futura ocupação de vagas no Tribunal de Justiça do Acre. “O que está por trás disso é um projeto de ocupação de espaços de poder”, afirmou. Segundo o deputado, há um “pacto de indicação” de nomes para vagas de desembargador no TJ, que seriam preenchidas após a aprovação do aumento de cadeiras no tribunal. “Todo mundo sabe dessa história nos bastidores da Assembleia, da Seccional e do Tribunal de Justiça”, concluiu.