Durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), na manhã desta sexta-feira, 11 de outubro, o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) fez um apelo enfático por soluções concretas para o problema do acesso terrestre entre Cruzeiro do Sul e Porto Walter. O parlamentar criticou a falta de encaminhamentos claros e a ausência de uma conclusão efetiva nas discussões anteriores sobre o tema, destacando a frustração da população de Porto Walter com a indefinição do processo.
O deputado ressaltou a importância de manter a continuidade no debate, observando que o objetivo da audiência deveria ser encontrar soluções viáveis para os impasses. “Nós precisamos saber aqui, de fato, a quem cabe o licenciamento? É o Imac ou não? Se não for, qual é o caminho para a gente resolver isso?”, questionou ele, referindo-se à divergência em torno da responsabilidade pelo licenciamento ambiental da obra, um ponto central no processo.
Edvaldo Magalhães lembrou ainda que, na audiência anterior, foram apresentados posicionamentos conflitantes sobre o licenciamento, o que contribuiu para a falta de conclusão sobre os “nós” que travam o andamento do projeto. Segundo ele, é essencial esclarecer essas questões para que o processo possa avançar de maneira eficiente. “Houve uma frustração na nossa última audiência porque não teve uma conclusão do ponto de vista de dizer onde é que estão os nós”, afirmou.
Durante seu pronunciamento, o deputado expressou indignação com o argumento de que o projeto estaria sendo prejudicado por uma suposta falta de recursos no valor de R$ 200 mil para a contratação de um estudo técnico. Para ele, essa justificativa é inaceitável, especialmente diante da gravidade da crise climática que afeta a região e das dificuldades enfrentadas pela população. “Colocar que nós não estamos contratando um instituto por falta de 200 mil reais é simplesmente inadmissível. Nós estamos vivendo uma crise climática extrema, as pessoas ficaram ilhadas, sem condição de ir e vir”, criticou.
O parlamentar também sugeriu que, se necessário, os próprios deputados poderiam contribuir financeiramente para a resolução do problema, mas destacou que o foco não deveria estar apenas na questão financeira. “Pode rolar a sacolinha aqui com os deputados que cada um arranja 10 mil reais para contratar. Mas não é isso. A gente sabe que não é só isso”, frisou Magalhães, pedindo que a discussão se voltasse para encontrar uma solução técnica e prática para o impasse.
Edvaldo concluiu enfatizando o papel mediador da Assembleia Legislativa e a necessidade de uma ação coordenada para garantir que o debate resultasse em soluções concretas. “Gostaria que a gente pudesse, assim, mergulhar aqui sem aquele debate de procurar culpados, mas nós temos um problema e agora temos que encontrar a solução”, declarou.
A audiência pública sobre o acesso terrestre entre Cruzeiro do Sul e Porto Walter reuniu autoridades e representantes de diversos órgãos, com o objetivo de buscar soluções para melhorar a infraestrutura e as condições de deslocamento da população na região. A mediação da Assembleia foi vista como fundamental para avançar no tema e superar os impasses burocráticos e técnicos que têm impedido a concretização do projeto.
Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac
Foto: Sérgio Vale
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