Workshops voltados para a agropecuária capacitam cerca de 150 pessoas diariamente na Expoacre

No espaço Workshop da Agricultura, localizado no Parque de Exposições Wildy Viana, em Rio Branco, tem acontecido durante toda a semana capacitações voltadas para diversos segmentos da agropecuária do estado. Diariamente, segundo a Secretaria de Estado de Agricultura, uma média de 150 pessoas têm acesso às palestras.

Porém, nesta quinta-feira, 5, quando foi abordada a pecuária de corte e de leite, 240 participantes compareceram ao curso. Pela parte da manhã, foram abordados temas como manejo animal, de pastagem e inovações tecnológicas para criação de bezerros de corte. Já à tarde, a roda de conversa foi sobre cruzamento como ferramenta estratégia para maximizar a produtividade na fazenda, produção e sucessão familiar em propriedades leiteiras, viabilidade de produção leiteira na pequena propriedade e controle da brucelose e seus desafios.

Capacitações têm ocorrido todos os dias na Expoacre. Foto: José Caminha/Secom

A capacitação desta quinta é feita em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e Universidade Federal do Acre (Ufac). O chefe de Departamento de Agronegócio da Seagri, Jalceyr Pessoa, destaca a importância da integração de palestrantes de outros estados sobre os desafios e avanços nas diversas atividades produtivas.

“São temas relevantes vinculados à viabilidade produtiva, viabilidade econômica, desafio sanitário do nosso rebanho, ou seja, temas que vão engrandecer, fortalecer e estruturar ainda mais a produtiva da pecuária aqui no estado do Acre. Além do mais, vão trazer novas experiências, novas perspectivas para o conjunto de atores que atuam nesse mercado, seja ele profissional, estudante, seja ele produtor rural, que é o objetivo principal deste nosso evento”, explica.

Marcos Aurélio Lopes, da Universidade Federal de Lavras (Ufla), ministrou palestra sobre a produção leiteira. Para ele, poder contribuir com esse intercâmbio de conhecimentos é satisfatório.
“A capacitação, no meu entendimento, é algo fundamental, porque eu gosto muito de um provérbio que diz que feliz é o homem que adquire conhecimento e sabedoria, porque o lucro que o conhecimento e a sabedoria te dá é melhor do que o lucro do ouro e da prata. Então, é possível ganhar dinheiro na agropecuária. Eu tenho plena convicção disso, mas a base é a aquisição do conhecimento”, pontuou.

Ele destacou também que, além de trazer conhecimentos, leva consigo experiências e novas perspectivas. “Gosto muito de uma frase de um poeta espanhol que diz o seguinte: ‘quem lê muito, anda muito, vê muito e sabe muito’. Então, uma das principais formas de adquirir conhecimento é andando, viajando, conhecendo lugares diferentes, propriedades diferentes, sistemas de produção diferentes, no meu caso, que é gado de corte. Então, isso é fundamental”.

Nesta quinta-feira, 5, quando foi abordada a pecuária de corte e de leite, 240 participantes compareceram ao curso. Foto: José Caminha/Secom

Expansão de conhecimentos

A produção de leite é um negócio de família para Jeane de Jesus Souza, de 43 anos. Ela conta que sempre ajudou os pais na produção de leite e, após se casar, continuou na atividade ao lado do marido. Os dois moram em Plácido de Castro e estão em Rio Branco participar da capacitação.

“Com queijo, eu trabalho há 14 anos. Esses cursos são importantes porque a gente nunca sabe de tudo e, como trabalho com queijo, sempre quero melhorias. E sempre queremos nos capacitar para não estragar o queijo, então a gente sempre está correndo atrás de saber quais são os cuidados com a vaca leiteira. Em tudo a gente quer melhorar”, avalia.

Júnior Dantas é produtor e técnico em aquicultura, agronegócio e zootecnia. Ele trabalha com gado de corte e peixe e a palestra, para ele, é mais um caminho para aperfeiçoar técnicas e conhecer inovações na área em que trabalha.

“Vim especificamente para essa área porque a gente trabalha com bezerro e é muito bom buscar mais conhecimento para essa comercialização. No ano passado, participei do curso de tratorista também e mecanização agrícola, e este ano deixei para vir nessa oficina, que é o que mais me interessa”, conta.

Workshop aborda temas diferentes todos os dias. Foto: José Caminha/Secom

Quem é referência na área também esteve presente no workshop para dividir conhecimento e levá-lo ao maior número de pessoas. É o caso do Leonardo Carvalho, acadêmico de Agronomia e coordenador do Grupo de Extensão e Assistência Técnica em Pecuária Leiteira (Ufac Leite).

“Essas trocas são importantes porque aproximam o produtor da universidade e das novas tecnologias que estão chegando. Como o nosso estado está começando a abrir o leque para várias opções, para a agricultura, para a pecuária, é uma proximidade muito boa para aumentar a nossa cadeia produtiva, porque nossa bacia leiteira é bem reduzida, só que agora ela está intensificando em escala maior, então é preciso uma tecnificação bem aplicada”, analisa.

O projeto Ufac Leite tem como orientador o professor Eduardo Mitke, que iniciou em 2012, mas foi implementado, de fato, como unidade, em 2020.

Júnior Dantas é produtor e técnico em aquicultura, agronegócio e zootecnia e foi em busca de mais conhecimento. Foto: José Caminha/Secom

“São 5 animais, com produção de 50 litros diários. Esse leite é revertido para outras atividades, como levar um aluno pra algum simpósio fora do estado, um curso, algum tipo de coisa nesse sentido. Sempre aprimorando a gente que tá lá dentro do projeto, ajudando o produtor, oferecendo assistência técnica. Isso é uma forma que a gente tem de tirar o produtor daquele pensamento linear de fazer as coisas da forma dele, pra ter uma tecnificação melhor”, reforça.

Desta forma, esse produtor pode ter uma noção de novas tecnologias para melhorar sua produção e ter um melhor aproveitamento da terra. “Ele vai conseguir verticalizar a terra dele e aumentar a escala de produção com pequenos ajustes. Quando a gente fala de tecnologia, não é um implemento, não é uma máquina. Às vezes uma porteira colocada no lugar certo, o manejo adequado da pastagem, isso faz uma diferença absurda”, pontua.













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