O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fará visita oficial a Nova York, nos Estados Unidos, entre os dias 21 e 25 de setembro, para participar da abertura do Debate Geral da 79ª Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e de outros ministros de Estado.
Durante a semana de alto nível, além de discursar no Debate Geral, Lula participará da Cúpula do Futuro, do evento “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, da abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20 e de reuniões bilaterais. A delegação brasileira também participará de reuniões de alto nível sobre temas como o fortalecimento do multilateralismo, a reforma da governança global, a defesa da democracia, consolidação da paz, entre outros.
CÚPULA DO FUTURO – O presidente Lula chegará a Nova York no dia 21. No domingo, dia 22, o presidente participará da primeira sessão da Cúpula do Futuro, convocada pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, sendo o segundo orador previsto para discursar. A Cúpula será realizada entre os dias 20 e 23 de setembro e é esperado que seja adotado, por consenso, o Pacto para o Futuro, documento contendo compromissos sobre o futuro do sistema multilateral.
“O objetivo do Pacto para o Futuro é estabelecer os principais objetivos e compromissos dos membros das Nações Unidas para com o futuro do multilateralismo. Inclui temas como desenvolvimento sustentável, paz e segurança internacionais, ciência, tecnologia e cooperação digital, juventude e gerações futuras e a reforma da governança global. Cada um desses temas é um dos capítulos do Pacto”, afirmou o embaixador Carlos Márcio Cozendey, secretário de Assuntos Multilaterais Políticos do Ministério das Relações Exteriores (MRE), durante briefing à imprensa.
Além do Pacto para o Futuro, em paralelo e vinculado a ele, serão adotados a Declaração para Gerações Futuras e o Pacto Global Digital. “O que a gente pode esperar dos discursos é que eles sigam um pouco a agenda que o Brasil propôs no G20, ou seja, que eles falem de inclusão e combate à fome, transição energética e reforma da governança global. Esses são os três grandes temas que estarão presentes nesses discursos”, disse o embaixador.
ASSEMBLEIA GERAL – Na terça-feira, dia 24, conforme a praxe estabelecida, o presidente brasileiro será o primeiro chefe de Estado a proferir discurso no Debate Geral da AGNU, logo após os discursos do secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, e do Presidente da 79ª AGNU, Philémon Yang. Neste ano, o tema central da reunião é “Unidade na diversidade, para a promoção da paz, do desenvolvimento sustentável e da dignidade humana para todos, em toda parte”. Além dos eventos na sede da ONU, Lula deverá manter encontros bilaterais.
Ainda no dia 24, o presidente Lula copresidirá a mesa redonda “Em defesa da democracia, combatendo os extremismos”, junto com o presidente de Governo da Espanha, Pedro Sánchez. O objetivo é debater com outros líderes o fortalecimento das instituições democráticas e o combate à desigualdade, à desinformação e ao extremismo.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deverá realizar encontros bilaterais com outros chanceleres e participará de reuniões de alto nível de diversos grupos e mecanismos de concertação e diálogo, como G20, G4, L.69, G77/China, BRICS, IBAS e Grupo de Contato de Chanceleres da América do Sul.
CHANCELERES DO G20 – No dia 25, quarta-feira, o presidente Lula discursa na abertura da segunda reunião de Chanceleres do G20. Será a primeira vez na história que uma reunião do G20 ocorrerá na sede das Nações Unidas e o Brasil aproveitará a ocasião para lançar um Chamado à Ação pela reforma da governança global.
O encontro também contará com a presença do ministro Mauro Vieira, do secretário-Geral das Nações Unidas, do presidente da Assembleia Geral e do presidente do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas (ECOSOC) e será aberto a todos os Estados-membros da ONU.
“Esse Chamado à Ação terá uma seção dedicada principalmente à estrutura e reforma das Nações Unidas, mas também uma parte de arquitetura financeira e organização mundial do comércio. A concentração é mais nas questões de governança, como eles estarão na ONU e como serão, basicamente, ministros de Relações Exteriores, embora o documento Chamado à Ação retome também a temática da arquitetura financeira internacional, a discussão deve se centrar mais na questão da ONU”, declarou o embaixador Cozendey.
De acordo com o embaixador, a delegação do Brasil também destacará os resultados obtidos durante a presidência brasileira do G20, como o lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza.
CONTEXTO – A Assembleia Geral das Nações Unidas é um dos principais órgãos da ONU e reúne os 193 estados que fazem parte da organização, com cada nação tendo o direito a um voto. Para o Brasil, a abertura do Debate Geral da AGNU permite apresentar as prioridades do país, tanto internamente quanto internacionalmente.
Uma nova sessão da Assembleia Geral é iniciada anualmente, em setembro, com a abertura do debate geral. A 79ª AGNU será presidida pelo embaixador Philémon Yang, de Camarões, que conduzirá os trabalhos da Assembleia até setembro de 2025. É esperada a participação de chefes de Estado ou de governo, criando uma oportunidade única para fortalecer relações e diálogos entre os líderes mundiais.