Peças de crochê produzidas por detentas são comercializadas na Expoacre

Uma parceria entre o governo do Acre, por meio do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), e o Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), que destinou recursos para a execução do projeto Entrelinhas, vem mostrando resultados, ao ensinar, às mulheres que cumprem pena no Presídio Feminino de Rio branco, a arte do crochê.

Peças de crochê feitas pelas detentas estão em exposição na Expoacre. Foto: Antonio Moura/Iapen

Vários itens confeccionados pelas detentas estão expostos na Expacre e têm chamado a atenção de quem visita o estande do Iapen. O professor Sérgio Santos foi visitar a feira com amigos e disse que as peças são lindas e de muita qualidade. “Achei os trabalhos muito bonitos, muito caprichados. Coisa do olhar feminino, do toque feminino, que a gente vê nas peças”.

Visitantes do estande aprovaram as peças. Foto: Antonio Moura/Iapen

Sérgio disse ainda que acredita que o trabalho é fundamental dentro dos presídios. “Porque a gente tem que entender que todo mundo que vai para lá vai sair um dia e vai precisar de renda, vai precisar voltar para o seio da sociedade. Entra uma detenta, sai uma artesã. Eu acredito nisso”, ressaltou o professor.

Diretora do Presídio Feminino acredita que artesanato é o viés mais forte na ressocialização. Foto: Antonio Moura/Iapen

A diretora do Presídio Feminino, Dalvani Azevedo, explicou que o projeto tem sido uma ferramenta na ressocialização de muitas mulheres privadas de liberdade: “O artesanato é o viés mais forte na ressocialização, pois o crochê pode ser desenvolvido dentro das celas, e a gente vem desenvolvendo esse trabalho mais direcionado, buscando uma qualidade melhor, buscando um modelo de artesanato de maior comercialização, de maior aceitação pela sociedade. Hoje elas estão produzindo peças de sousplat, para mesas postas, tapetes, caminhos de mesa, passadeiras e até roupas”.

Detenta C.P.S.: “Com o crochê, tenho aprendido muito. Eu erro, eu desmancho, eu recomeço, igual na vida da gente”. Foto: Antonio Moura/Iapen

A detenta C. P. S. foi uma das mulheres que recebeu essa oportunidade e pôde participar pessoalmente da feira, para expor o seu trabalho. “Participar do projeto Entrelinhas, para mim é satisfatório, é uma oportunidade gigante. Além da remissão, abre portas para novos empregos, porque lá fora a gente vai usar para o começo de uma nova vida. E, com o crochê, tenho aprendido muito. Eu erro, eu desmancho eu recomeço, igual na vida da gente. Por isso, eu só tenho a agradecer mesmo pela oportunidade que me deram”, disse.

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