No UFC da política brasileira, a porrada canta e as propostas são esquecidas

Após (mais um) caótico debate para a prefeitura de São Paulo na última segunda-feira (23/09), uma fala da candidata Tábata Amaral (PSB) chamou a atenção: “Sabe qual é m#rda maior? Eu estava lá que nem um filha da p#ta, falando sobre minhas propostas, fazendo um debate sério, e eu tenho certeza que amanhã só vão falar do soco”. Sim, ela estava certa, só falaram do soco mesmo.

Te faço uma pergunta sincera, caro eleitor da cidade de São Paulo: durante toda esta corrida eleitoral, em quantos momentos você se viu focado em saber das propostas dos candidatos no lugar das polêmicas?

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Pablo Marçal e Nahuel Medina (Foto: Reprodução/Instagram)
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A atual corrida eleitoral não apresentou nenhum fruto para a cidade, independente do candidato que saia vitorioso da disputa. Ela só deixará um rastro de ódio, sangue e cada vez mais divisão.

Os candidatos (salvo raríssimas exceções) estão mais preocupados em atacar, ofender e mentir sobre seus adversários durante as propagandas eleitorais e debates. Claro, nada disso é uma novidade na política brasileira. Mas o que vemos em 2024 na cidade de São Paulo é inédito.

Em duas ocasiões vimos candidatos e suas equipes saindo na porrada, literalmente. O que esperar de um prefeito que, quando ofendido, prefere tacar uma cadeira em um rival? E o que esperar de outro que, durante todos os encontros, prefere provocar, mentir, atacar e permitir que um membro de sua equipe dê um soco no rival?

Talvez nem no UFC, torneio de lutas marciais mundialmente conhecido, tanto golpe baixo seja permitido.