Um assunto que ronda a atividade no trade é como ter equilíbrio durante as operações, principalmente em momento de perda. Nem sempre é uma tarefa simples. Muitas vezes o problema não é só psicológico, mas falta de conhecimento de atuar no mercado financeiro, o que acaba desencadeando descontrole emocional.
Numa mesa-redonda promovida pelo InfoMoney com experientes traders que integram a equipe do grupo XP, o assunto veio à baila junto com outros temas relevantes. No primeiro relato desse encontro, que contou com a participação Pam Semezzato, Felipe Aranha, Leandro Ross e Rafael Perretti, foi abordado a questão psicológica do trader.
“Já falei muito quando comecei a operar day trade, que tinha problemas emocionais durante a operação. Na verdade, meu problema não era bem emocional. Meu problema era na falta de objetividade da operação”, contou a analista Pam.
Para ela, o emocional pega principalmente quando a operação não está definida. “É uma evolução e que, infelizmente, toma muito tempo”, disse. Pam comentou que ela própria sofreu bastante para equilibrar seu emocional. “Ainda sofro um dia ou outro, mas aí se vê que são só pequenas escorregadas”, afirmou.
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Felippe Aranha vai na mesma linha e crê que a execução do plano traçado para operação passa necessariamente pelo conhecimento do mercado financeiro.
“Acho que o pessoal usa o psicológico como muleta. Penso que o problema em geral não é o psicológico, mas uma falta enorme de operacional. As pessoas não têm operacional”, comentou.
“E aí a pessoa que não tem operacional fica confusa, porque as situações vão acontecendo. No fundo ela não tem técnica, não tem gerenciamento de risco. E acaba operando com um tamanho muito maior do que devia, por exemplo”, destacou.
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Para Leandro Ross, o trader às vezes até tem um operacional definido, sabe da importância do gerenciamento, mas abre o primeiro trade e já toma um stop (parada da operação por conta de perdas), e vai para o segundo e, de novo, perde.
“Isso vai mexendo e ele começa a perder desempenho por conta daquele stress”, disse. “Gerenciar isso na sua trajetória no dia a dia é bem difícil. Tem mais a ver com o mental, mas acho que impacta em todas as frentes, incluindo no seu operacional e no gerenciamento”, ressaltou.
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Rafael Perretti destacou a importância dos fundamentos que vão levar o trader a abrir uma operação. “Acho que a maioria das pessoas não tem bem definido todas as variáveis que se tem dentro do trade, um plano para seguir. Mas também tem uma parte para mim um pouco mesmo do emocional, que são dois sentimentos que acabam afetando muito o trade: excesso de confiança e excesso de medo”.
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Segundo ele, é inevitável quando se tem uma sequência consecutiva de ganhos controlar bem o excesso de confiança. “Isso acaba burlando seu plano”, pontuou. “E quanto se tem excesso de medo, ele vem por conta de seguido erros”, comentou. Para Perretti, isso acaba revelando a diferença de um trader com capacidade de fazer trade com equilíbrio.
Há um consenso entre os especialistas da mesa-redonda que a partir do momento em que se tem conhecimento técnico para operar no mercado, cria-se uma proteção para não se abalar tanto com as possíveis perdas.
“O que acontece é que um monte de iniciantes tem esperança de ganhar dinheiro (com trade), só que eles não estão treinados, não estão preparados para isso. O problema é de técnica ou de gerenciamento, incluindo o tamanho do lote para operar e o seu limite. Ele não pode achar que vai para o mercado e ganhar tudo”, ressaltou o experiente Felippe Aranha, acrescentando que tem mercado de segunda a sexta e, como primeira lição, é preciso saber desistir na hora certa um dia, para recomeçar no outro.
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