ONU suspende operações humanitárias em Gaza

Organização das Nações Unidas (ONU) disse, nesta segunda-feira, 26, que foi forçada a interromper suas operações para levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza devido a uma nova ordem de evacuação israelense de Deir al-Balah, no centro do território palestino, embora alguns serviços no local ainda estejam em operação.

O pessoal da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) “implantada” entre a população local continua trabalhando na medida do possível com os recursos disponíveis, disse Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da organização.

No entanto, essa ajuda representa “uma gota no oceano”.

Inicialmente, um funcionário da organização anunciou a interrupção total das operações da ONU no território após a ordem israelense para evacuar Deir al-Balah (centro), para onde a ONU havia deslocado a maior parte do pessoal e operações após a ordem de evacuação de Rafah há alguns meses.

“Não se trata de uma decisão de interromper as operações, mas, na prática, não conseguimos funcionar”, afirmou.

Segundo a ONU, a área para evacuação inclui “em particular, quatro depósitos e 15 edifícios que abrigam pessoal da ONU e outras organizações humanitárias”.

O responsável, que pediu anonimato, referia-se à “capacidade de movimento dos responsáveis e do pessoal humanitário” para acessar os locais necessários, precisou Dujarric.

“As operações humanitárias estão sob uma pressão incrível”, comentou por videoconferência Sam Rose, responsável da Unrwa em Gaza.

“Nossos serviços de saúde permanecem em oito ou nove centros dentro e ao redor de escolas transformadas em abrigos”, precisou.

“Esses serviços continuam, mas o espaço e a capacidade de atuação da ONU e do sistema humanitário estão se tornando cada vez mais difíceis e limitados”, acrescentou.

A guerra começou após o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro, que causou 1.199 mortes do lado israelense, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em dados oficiais.

As represálias israelenses em Gaza deixaram pelo menos 40.435 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, e causaram um desastre humanitário e sanitário no território sitiado.