Cadeias produtivas da suinocultura e avicultura avançam e promovem geração de emprego e crescimento econômico no Acre

“Essa empresa é maravilhosa. Ela dá oportunidade para as pessoas do Acre. Eu só tenho a agradecer”, declarou Gleiciano Lopes, acreano de Brasileia, que trabalha há 16 anos na Acreaves, onde começou como auxiliar de produção e hoje é o atual gerente da agroindústria.

Gerente da Acreaves, Gleiciano Lopes.  Foto: Andréia Nobre/Secom

As cadeias produtivas da suinocultura e avicultura têm mudado a vida de milhares de pessoas no Acre. Movimentando cerca de R$ 50 milhões anualmente e gerando 490 empregos diretos e 2.500 indiretos, as duas cadeias promovem desenvolvimento socioeconômico, principalmente nas cidades de Brasileia e Epitaciolândia, e consolidam o Acre como o maior produtor de carne suína da Região Norte.

Abatedouro da agroindústria Dom Porquito. Foto: Andréia Nobre/Secom

A proprietária da granja de frangos de corte, Socorro Moraes, uma das pioneiras na produção de aves no Alto Acre juntamente com o seu esposo, conta que eles foram os fundadores da cooperativa de avicultura Agroaves e sustenta toda a sua família com a renda da produção. “Trabalhamos com frangos desde 2008, e de lá para cá a nossa renda é só de frango, e a cada dia mais a nossa tendência é aumentar a criação”, contou.

Socorro Moraes é uma das pioneiras na produção de aves no Alto Acre. Foto: Raylanderson Frota/Secom

A granja de aves da Socorro tem a capacidade para produzir 19 mil frangos. Ela faz parte da rede integrada de produtores da agroindústria Acreaves e recebe os pintinhos e a nutrição animal até que cheguem ao peso ideal para o abate, quando são vendidos à empresa e a produtora recebe sua porcentagem no lucro. A granja está em fase de crescimento e pretende aumentar sua capacidade de produção até o próximo ano.

O proprietário da granja de leitões Bela Flor, Fernando Carvalho, está otimista com o crescimento da suinocultura no estado e futuramente pretende expandir o negócio. “O nosso foco principal é a produção com sustentabilidade ambiental. Fazemos todo o tratamento dos resíduos para ter o cuidado com a natureza, além da preocupação com o bem-estar animal, pois eles precisam ter um tratamento digno”, ressaltou.

Proprietário da granja de leitões Bela Flor, Fernando Carvalho, atua com foco na sustentabilidade ambiental. Foto: Raylanderson Frota/Secom

A granja Bela Flor tem capacidade para receber cerca de 4 mil suínos e atua com agricultura familiar. Ela trabalha de forma integrada com as agroindústrias Dom Porquito e Acreaves, onde recebem os animais e a ração para produção dos suínos até que estejam prontos para o abate.

Granja de engorda com capacidade para 4 mil suínos. Foto: Andréia Nobre/Secom

E, para organizar e expandir a suinocultura no Acre, foi criada a cooperativa de produtores de suínos, a Cooperagro. O presidente Jucimar Maffi conta que o objetivo da organização é oferecer um preço mais acessível ao consumidor final. “Queremos que pessoas de classes mais baixas consumam a carne suína de boa qualidade e com preços acessíveis.  Com isso, ganha o produtor e o consumidor final”, afirmou.

Jucimar Maffi, presidente da Cooperagro, falou da importância da organização coletiva para os produtores. Foto: Raylanderson Frota/Secom

Rede de agroindústrias

As empresas Acreaves, Dom Porquito e a Fábrica de Ração são administradas pelo mesmo grupo e atuam em toda a cadeia produtiva da avicultura e suinocultura no Alto Acre, fornecendo aos produtores os animais com genética melhorada, assistência técnica, vacinas e ração. Boa parte do seu corpo de funcionários é composto por mulheres da região. Além disso, as empresas pagam pela produção dos animais quando prontos para o abate.

Agroindústrias atuam com todo o rigor sanitário imposto pelos órgãos de fiscalização.  Foto: Andréia Nobre/Secom

Fazem parte do complexo das cadeias produtivas o Incubatório de Aves (que recebe os ovos e onde nascem os pintinhos), a Unidade de Produção de Leitões, (que atua com genética melhorada), os produtores de grãos (como milho e soja), os silos de armazenamento, a Fábrica de Ração, os produtores de aves e suínos, as cooperativas e, por fim, os abatedouros Acreaves e Dom Porquito, que comercializam a proteína animal.

Abatedouro da agroindústria Acreaves. Foto: Andréia Nobre/Secom

De acordo com o sócio administrador da Dom Porquito e Acreaves, Paulo Santoyo, a cadeia produtiva da suinocultura e avicultura é um dos maiores projetos de desenvolvimento do Acre. “Nós temos duas empresas que são líderes de mercado na região e estão em pleno crescimento. São empresas modernas que cumprem todo o rigor sanitário e, no caso da Dom Porquito, uma grande exportadora para países da Ásia e do Caribe”, declarou.

Paulo Santoyo, sócio administrador da Dom Porquito e Acreaves, disse que as agroindústria tem capacidade de triplicar a produção. Foto: Andréia Nobre/Secom

Paulo também destacou que as empresas estão consolidadas no mercado nacional e internacional. A sustentabilidade ambiental atraiu produtores locais que viram oportunidade nas culturas e bons negócios para a renda das famílias.

Silos de armazenamento de grãos para a produção de ração de aves e suínos localizados em Brasileia/AC.  Foto: Andréia Nobre/Secom

Além disso, o Acre, por estar em uma posição geográfica estratégica na rota do Pacífico, próximo ao Porto de Chancay, o maior da América Latina e que está na fase de conclusão em Lima no Peru, se reafirma como um grande exportador da proteína animal com perspectivas para triplicar a atuação e produção.

Investimentos do Mercosul

De olho no potencial de crescimento da suinocultura e avicultura no Acre, o Programa de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas para Geração de Emprego no Estado do Acre (Procape) vai garantir aproximadamente R$ 74 milhões do Fundo para Convergência Estrutural e Fortalecimento da Estrutura Institucional do Mercosul (Focem) e R$ 13 milhões de recursos próprios do Estado, totalizando aproximadamente R$ 87 milhões para investimentos nas duas cadeias produtivas, atendendo as regionais do Baixo e Alto Acre.

Acre é o maior produtor de suínos da Região Norte. Foto: Andréia Nobre/Secom

O Procape foi elaborado pela Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan) e Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) com foco na integração regional, na melhoria da qualidade de vida e na redução da desigualdade social de populações que vivem em regiões fronteiriças do Brasil com países do Mercosul.

Segundo o chefe de Departamento de Agronegócio da Seagri, Jalceyr Pessoa, quando o programa for implantado gerará centenas de empregos e renda para a população acreana. “O projeto vai estimular e fortalecer a produção de leitões, o aumento da capacidade da produção de ração, e a implementação de novas granjas de engorda de suínos e aves, ampliando o mercado das duas cadeias produtivas e proporcionando uma maior geração de emprego e renda e redução da taxa de pobreza na nossa região”, declarou.

Jalceyr Pessoa, chefe de Departamento de Agronegócio da Seagri, é um dos coordenadores do Procape. Foto: Andréia Nobre/Secom

A avicultura brasileira é uma atividade de destaque no cenário nacional e internacional, onde o Brasil ocupa o posto de 2° maior produtor mundial de carne de frango e a liderança mundial nas exportações.

Incubatório de aves Acreaves. Foto: Andréia Nobre/Secom

Na suinocultura, o Acre se destaca como um grande produtor, movimentando em 2023 cerca de 5,6 milhões de dólares e exportando a carne para o Peru, Bolívia, República Dominicana, Hong Kong e Haiti,  se consolidando como o maior produtor da Região Norte, seguido de Rondônia e Pará, representando cerca de 68% do volume produzido na região.

















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