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Azzas 2154 (AZZA3): qual a visão de analistas sobre as ações da nova companhia?

O que esperar para a varejista fruto da fusão entre Arezzo&Co e o Grupo Soma?

Em relatório desta semana, o Bradesco BBI destacou recomendação de compra para ação da Azzas 2154 (AZZA3), com novo preço-alvo de R$ 64 para 2025, ou potencial de alta de 18% em relação ao fechamento de terça-feira (13).

A equipe de research justifica a recomendação com base no potencial de valorização atrativo, além do histórico positivo da Arezzo em fusões e aquisições (M&A).

Desde 2019, a Arezzo&Co e o Grupo Soma embarcaram em uma jornada de aceleração do crescimento, tanto orgânico quanto inorgânico – o que acelerou a consolidação do mercado de vestuário e calçados, mas também aumentou a complexidade dos negócios e reduziu margens, retornos e conversão de caixa.

A nova companhia detém maior exposição ao canal B2C – vendas diretas ao consumidor final (contra vendas de apenas 45% no B2B, de maior retorno), perfil de crescimento de alto dígito para os próximos 2 anos e margem Ebitda (Ebitda = lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações sobre receita líquida) de aproximadamente 13 a 14%. As alavancas de valor e as sinergias da fusão serão fundamentais para desbloquear uma revisão em alta do lucro por ação ou uma reclassificação, na opinião do BBI.

Em termos de valuation, AZZA3 negocia no mesmo múltiplo dos pares (cerca de 12 a 13 vezes o múltiplo Preço/Lucro para 2025), que já incorpora os fundamentos mais fracos e não precifica quaisquer sinergias potenciais.

Também nesta semana, o JPMorgan passou a ter recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para Azzas 2154 e preço-alvo de R$ 66 (upside de 21%) para dezembro de 2025, após um período de recomendação suspensa por conta da fusão. Anteriormente, o banco tinha uma classificação de compra e um preço-alvo de R$ 66 para dezembro de 2024 para Arezzo&Co e uma classificação neutra e um preço-alvo de R$ 7,75 para dezembro de 2024 para o Grupo Soma.

Ao revisitar a tese como uma única empresa, o JPMorgan vê alavancas de sinergia significativas que devem sustentar um crescimento anual composto (CAGR, na sigla em inglês) do lucro por ação de 18% em 5 anos em relação à sua avaliação de 11 vezes Preço/Lucro estimado para 2025.

O JPMorgan projeta um valor presente líquido (VPL) dessas sinergias seja de aproximadamente R$ 2,5 bilhões, ou R$13 por ação, o que implica que os níveis atuais de preço não precificam o potencial de sinergia, ressoando com a atual orientação de curto prazo do mercado brasileiro.

No entanto, as comparações do segundo semestre são mais favoráveis, enquanto algumas das sinergias, especialmente de despesas gerais e administrativas, tendem a ser capturadas rapidamente, trazendo um melhor momento. No entanto, em um olhar setorial mais amplo, o banco reforça preferência pela Lojas Renner ([ativo=LREN3;Overweight) e Vivara ([ativo=VIVA3];Overweight).

Logo após a estreia das ações da nova empresa, no início de agosto, a XP Investimentos destacou ter recomendação de compra para os ativos, com novo preço-alvo para o final de 2025 de R$ 70 por ação (upside de 29%).

Próximos passos

Na última terça (13), após o fechamento do mercado, Soma e Arezzo divulgaram seus resultados entre abril e junho, período antes da fusão. O lucro líquido do Grupo Soma foi de R$ 24,6 milhões no segundo trimestre de 2024, uma queda de 71,2% sobre o mesmo período de 2023. Já a Arezzo&Co reportou lucro líquido recorrente de R$ 135 milhões no segundo trimestre deste ano, alta de 19% em relação ao mesmo trimestre de 2023. Sem o destaque de recorrência, a companhia apresentou lucro líquido de R$ 93 milhões no período de abril a junho, redução de 17,8% ante um ano antes.

O BBI fez uma leitura positiva para o resultado, principalmente por conta do nível de crescimento mais saudável do que o esperado e pela expansão da margem bruta do Grupo Soma ex-Hering, que foram os principais impulsionadores do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado de 7% acima em relação às expectativas do banco. O restante dos indicadores não ficou muito longe das projeções.

“Este foi o último trimestre em que a Arezzo&Co e o Grupo Soma reportaram separadamente e, a partir de agora, a principal pauta será sobre como ambas as empresas desbloquearão valor da fusão. Nesse sentido, os resultados do 2T24, ainda considerando as empresas ‘como estão’, não alteram direcionalmente os fundamentos da tese. Portanto, nenhuma reclassificação relevante deve ser esperada agora”, aponta a equipe de análise.

O BBI ressalta estar ansioso pelo Investor Day na próxima quinta-feira (15) para, finalmente, ganhar mais confiança nas sinergias e nos próximos passos.

O JPMorgan também aponta que os olhos do mercado agora se concentram para o Investor Day. A visão é de cerca de R$ 4,5 bilhões em sinergias de VPL, de acordo com análises que saíram na imprensa.

Embora veja um alto potencial de sinergia, o JPMorgan acredita que os números sugeridos pela imprensa parecem elevados. Isso porque, em uma avaliação inicial, o banco prevê um potencial de cerca de R$ 2,5 bilhões de VPL.

As principais fontes, na visão do banco, devem vir de: 1) calçados nas marcas da Soma, com boas evidências desse potencial nos resultados vistos na AR&Co com a marca Reserva; 2) integração de fabricação, especialmente em camisetas; e 3) do lado corporativo, com a relação de G&A da entidade combinada convergindo para a relação das operações legadas da Arezzo.

A empresa combinada terá 34 marcas, cerca de 22 mil clientes multimarcas, 4 grandes unidades de negócios com mais de 500 lojas próprias e cerca de 1,5 mil franquias. Como destacado, isso abre caminho para sinergias significativas, bem como para a consolidação de segmentos-chave do mercado brasileiro de vestuário e calçados nas classes sociais A/B.

Nesse contexto, segundo JPMorgan, a retenção de pessoas-chave será fundamental para preservar as operações, e a convergência de diferentes aspectos culturais deve desempenhar um papel importante.

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