“Achamos possível que a a Aegea abra capital”, diz Alfredo Setubal, da Itaúsa (ITSA4)

 Em coletiva de imprensa sobre os resultados da Itaúsa (ITSA4) do segundo trimestre de 2024, Alfredo Setúbal, CEO da holding, comentou que o cenário macroeconômico segue similar ao observado nos últimos anos e que a companhia tem projeções similares ao Focus. “É um cenário que possibilita que empresas operem com certa tranquilidade, com desafios de crescimento mas que possibilita algum crescimento. Vemos a renda crescendo, desemprego diminuindo e isso deixa a economia mais aquecida que o esperado antes”, comenta.

Em sua visão, esses fatores são positivos para os bancos. Ainda assim, o executivo destacou riscos como déficit fiscal e crescimento da dívida. “Vemos o cenário internacional bastante agitado”, pondera. “Temos que olhar que o cenário internacional se reflete no Brasil e este é bastante complexo”, afirma Setúbal.

Além disso, o CEO afirmou que é possível que haja oferta pública de companhias que a holding investe, como a Aegea. “A gente gosta de investir em empresas abertas. A maior parte delas são abertas, tem mais governança, tem uma cobrança adicional do mercado na estratégia de longo prazo. Gostamos desse modelo e achamos possível ver a Aegea como companhia de capital aberto”, afirmou Setúbal. “Achamos possível que a empresa abra capital em uma janela de oportunidade”, complementou.

Redução de desconto no preço da ação

A Itaúsa deve estudar nos próximos trimestres formas de reduzir o desconto que o mercado dá ao preço de sua ação em relação ao valor que atribui a seu portfólio de investimentos, algo que inclui mais visibilidade para os ativos do grupo, afirmou a diretora financeira, Priscila Toledo, nesta terça-feira.

“Temos estudado como dar visibilidade sobre o valor justo de nossos ativos…Provavelmente, vamos avançar nos próximos trimestres e vamos trazer um disclosure maior sobre o valor justo desses ativos para o mercado conseguir precificá-los adequadamente”, afirmou a executiva, durante apresentação a analistas e investidores após a publicação de resultados do grupo na noite da véspera.

Segundo a executiva, o valor de mercado da Itaúsa atualmente tem um valor de desconto de 21,1% sobre o valor atribuído pela empresa ao seu portfólio, de R$ 128,6 bilhões, dos quais apenas a participação no Itaú Unibanco vale R$ 118,3 bilhões.

Questionado sobre eventual novo ciclo de investimento da Itaúsa, o presidente da companhia, Alfredo Setubal, afirmou que a holding segue analisando eventuais oportunidades, mas que é “muito difícil” encontrar uma oportunidade no Brasil que gere um retorno “acima de 17%”.

O percentual embute o atual patamar de juros de 10,5%, mais três pontos percentuais relacionados ao risco do próprio negócio, disse Setubal, frisando que a Itaúsa não busca investimentos fora do Brasil.

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Já sobre o nível de retornos aos acionistas, Setubal disse que a Itaúsa seguirá com a estratégia de distribuir os dividendos e juros sobre capital próprio recebidos do Itaú Unibanco e que a redução de dívida “é melhor retorno” aos investidores que recompras de ações no atual ambiente de juros altos e baixo crescimento econômico.

(com Reuters)